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OMC pede a países que não se culpem e reflitam sobre Doha

"Todo o mundo sabe que esta é a rodada comercial mais ambiciosa dos últimos cinqüenta anos", afirmou o diretor-geral da organização, Pascal Lamy

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, pediu nesta quinta-feira aos países que evitem entrar na dinâmica de culpar uns aos outros pela suspensão da Rodada de Doha e reflitam sobre o que está em jogo. "Todo o mundo sabe que esta é a rodada comercial mais ambiciosa dos últimos cinqüenta anos", disse, insistindo em que o que já está sobre a mesa "vale potencialmente mais que as duas ou três rodadas anteriores, e isso tanto para os países em desenvolvimento como para os desenvolvidos". Lamy se dirigiu nesta quinta ao Conselho Geral, principal órgão da OMC, para anunciar formalmente a suspensão das negociações, que começaram há cinco anos, e que "só poderão ser retomadas quando houver um entorno adequado". A Rodada de Doha, lançada em 2001 com conclusão prevista para dezembro de 2006, pretende aprofundar a liberalização comercial de agricultura, indústria e serviços e que seus principais beneficiados sejam os países em desenvolvimento. Suas negociações foram suspensas na segunda-feira após a incapacidade dos grandes parceiros comerciais (EUA, UE, Brasil, Índia, Japão e Austrália) de chegar a acordos sobre redução de subsídios agrícolas e de tarifas agrícolas e industriais. Após essa decisão, União Européia (UE), Brasil e Índia culparam os EUA do fracasso, e Washington culpou todos eles, por isso Lamy insiste agora em que esse não é o caminho adequado para retomar as negociações e que este é o momento de fazer uma reflexão. "É momento para pensar e refletir tranqüilamente e não para fazer uma diplomacia de megafones", reiterou Lamy.

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