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OMC pede mudança radical para que Doha não fracasse

Mais uma vez, o diretor-geral do órgão, Pascal Lamy, afirmou que, se isso não ocorrer, o resultado será o fracasso

Por Agencia Estado
Atualização:

As negociações da Rodada do Desenvolvimento de Doha precisam de uma "mudança radical" imediata ou fracassarão, advertiu (mais uma vez), nesta sexta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, aos 149 países da instituição. "Se isso não ocorrer, enfrentaremos o fracasso", disse, ao início de uma reunião do Comitê de Negociações Comerciais da OMC. Mais de 60 ministros dos 149 países da OMC iniciaram nesta sexta seu segundo dia de reuniões em Genebra, Suíça, que podem durar até o dia 2 de julho, para tentar determinar os números e fórmulas para aplicar cortes tarifários às importações de bens agrícolas e industriais. O principal responsável da OMC, em discurso firme, disse aos países que "neste momento não está claro que estejam acontecendo negociações reais" sobre os assuntos em discussão. Lamy insistiu também em que "têm que levar as negociações até um ponto em que possa ser redigida uma minuta que contenha os números" das reduções tarifárias e de subsídios a serem aplicados no futuro a esses dois setores. Negociações Os países da OMC negociam há quase cinco anos a Rodada do Desenvolvimento de Doha, lançada na capital do Catar, e que pretendem aprofundar na liberalização das trocas comerciais em agricultura, indústria e serviços, e que os países em desenvolvimento possam ser seus principais beneficiários. No entanto, as divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, e ainda dentro de cada um dos grupos, está há meses impedindo uma aproximação de posições. Além disso, disse que se não forem alcançadas as plenas modalidades para agricultura e o acesso aos mercados para bens industriais (Nama) durante os próximos três dias, "não só se coloca em risco a própria Rodada do Desenvolvimento de Doha, mas também o sistema multilateral". Engarrafamento Lamy acrescentou que "deixar tudo para o final de julho será um enorme engarrafamento" no processo negociador. Nessa data, os países terão que adotar as modalidades referentes aos serviços, à facilitação do comércio e aos subsídios antidumping no setor pesqueiro. Os países da OMC, após o fracasso de abril passado, decidiram fixar a data de final de junho para conseguir um acordo sobre as plenas modalidades dos cortes tarifários e de subsídios a serem aplicados sobre a agricultura e os bens industriais. O outro aspecto da negociação de Doha, como os serviços, devem ser alcançados no final de julho, de modo que os países tenham tempo de verificar cada uma das milhares de novas linhas tarifárias fixadas com tempo suficiente antes do fim de 2006, quando espera-se que as negociações estejam concluídas.

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