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OMC prevê crescimento de comércio de têxteis com fim de cotas

Por Agencia Estado
Atualização:

A eliminação das cotas de importação de produtos têxteis, que vigorará a partir de janeiro de 2005, deve elevar o comércio mundial do setor em até US$ 324 bilhões ao ano, segundo estimativa citada pelo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Supachai Panitchipakdi. Ele esclareceu que, conforme a pesquisa, o valor dos ganhos ao comércio têxtil pode ser menor. "Mas a mensagem é clara. Todos os estudos mostram que haverá altos ganhos com a eliminação das cotas", afirmou o diretor da OMC, em apresentação durante a ´Conferência sobre o Futuro dos Têxteis após 2005´, em Bruxelas. Um acordo do Brasil com a União Européia realizado no ano passado já garantiu o fim das cotas de importação de produtos brasileiros pelos europeus desde o segundo semestre do ano passado. A medida deve permitir que o País conquiste fatias do mercado europeu antes que a liberalização das cotas, em 2005, beneficie concorrentes como Índia, China e Turquia. A partir de 2005, o País poderá se beneficiar do fim da barreira para as exportações aos Estados Unidos, mas terá de disputar o benefício com os concorrentes. Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) mostram que, no caso dos tecidos de lã, há incidência de uma tarifa de importação norte-americana de 33% sobre o volume que ultrapassa a cota. Em relação às camisetas (T-shirts), o País só pode exportar aos EUA um volume de 24 milhões de unidades. Para toalhas, a cota é de 34 milhões, e, para lençóis, de 1,6 milhão. A entidade projeta exportações de US$ 4,3 bilhões em 2005, contra US$ 1,185 bilhão em 2002 Somente na área de camisetas, o mercado dos Estados Unidos é de 3,5 bilhões de unidades. Washington também impõe cotas para calças de algodão e fios brasileiros. Conforme o Acordo sobre Têxteis e Confecção firmado na Rodada Uruguai do Acordo Geral sobre Comércio e Tarifas (Gatt), o período de dez anos de transição para o fim dos sistemas de cotas acertados entre os países acaba em fins de 2004. A partir de janeiro de 2005, as cotas deixam de ser instrumentos autorizados pela OMC.

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