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Onda de demissões começa a diminuir na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Pesquisa da consultoria Tendências Econômicas revelou que número de demissões na Argentina em outubro - 6,2 mil - teve queda de 89% em relação a setembro, quando 56,3 mil empregados perderam seus postos de trabalho. Segundo o estudo, a redução do ritmo de demissões é um indicativo de que os ajustes internos das empresas estão no fim. Além disso, os poucos setores econômicos que mostram recuperação preferem continuar com a mesma equipe de funcionários. Em contrapartida, as empresas não estão realizando novas contratações. Outro fator que pode ter detido a onda de demissões pela qual o país passa desde o início deste ano foi a redução do custo trabalhista. O governo afirma que esse movimento é motivado pelo suposto "veranito" (verãozinho) econômico no país. Segundo a Tendências Econômicas, de janeiro a outubro deste ano, 480 mil trabalhadores foram demitidos de seus empregos. Os setores onde foram registrados os maiores números de demissões são construção civil, comércio e indústria. Analistas afirmam que o número de demitidos só não foi maior porque o governo do presidente Eduardo Duhalde dobrou o valor das indenizações trabalhistas sem justa causa. De acordo com a consultoria, o número de greves caiu 90% em comparação a outubro do ano passado. A maioria das paralisações de trabalhadores ocorreram no setor estatal. Inflação Dados preliminares do Instituto de Estatísticas e Censos (Indec) indicam que a inflação de outubro foi de 0,8%, a menor do ano. O pior mês foi abril, quando a inflação chegou a 10,4%. Nesse mês, as incertezas financeiras e políticas eram intensas, já que o governo Duhalde teve que implementar uma mudança de vários ministros. Além disso, o dólar passava dos 4,00 pesos. Neste ano, a Argentina voltou a ter inflação depois de uma década com índices pouco superiores a 0,5%, ou com deflação. Esse período ocorreu durante a conversibilidade econômica - março de 1991 a janeiro de 2002 -, que estabeleceu a paridade um a um entre o peso e o dólar. A inflação acumulada desde o início do ano seria de 40,1%. Esta proporção é inferior às previsões feitas pelo próprio governo a meados de julho, que calculava que em todo o ano 2002 a inflação chegaria a 60%. Além disso, é drasticamente menor que as previsões feitas por grande parte dos analistas econômicos, que afirmavam que seria superior a 100%. No entanto, os analistas afirmam que a inflação está mais controlada por causa da leve baixa na cotação do dólar, além da estabilidade nos preços dos combustíveis e da queda dos preços de alguns alimentos. Mas eles afirmam que esta estabilidade poderá ser aniquilada caso sejam implementados os aumentos que o FMI exige para as tarifas de serviços públicos privatizados. Além deste fator, poderá pesar bastante a influência que terá na cotação do dólar o eventual anúncio de moratória com os organismos financeiros internacionais a partir do dia 14 deste mês.

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