PUBLICIDADE

Publicidade

Onda de oscilação nos mercados terminou, arriscam analistas

Bolsa de Valores de São Paulo volta a subir nesta quinta. Às 16h, alta é de 1,97%

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma parcela considerável de investidores acredita que a forte onda de oscilação que atingiu os ativos financeiros globais entre a terça-feira da semana passada e a última segunda-feira terminou. Afinal, bolsas de valores e moedas e títulos de países emergentes ensaiaram uma recuperação na quarta e registraram nesta quinta um desempenho claramente positivo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) volta a subir nesta quinta-feira. Às 16h, a alta é de 1,97%. Em Nova York, as bolsas também operam em alta. O índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na bolsa de Nova York - está em alta de 0,79%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e internet - sobe 0,96%. Relatórios de vários bancos e fundos de investimentos aconselharam seus clientes a voltarem a elevar, gradualmente suas exposição a instrumentos financeiros mais vulneráveis à volatilidade. Esses otimistas admitem que sua aposta ainda será testada amanhã pela divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano, o payroll. O grau de desaceleração do crescimento do PIB dos Estados Unidos é considerado um fator crucial na calibragem do sentimento dos investidores em todo o mundo. Mas fincam o pé na previsão de que os mercados estão fadados a recuperar um patamar de certa estabilidade daqui a diante, com potencial de recuperação. "O pior já passou, foi apenas um susto", disse o estrategista de um dos principais fundos de investimentos europeus em países emergentes. "O pessoal está voltando às compras". Opiniões cautelosas Mas a turma dos mais cautelosos ainda é mais numerosa. Embora não acreditem que os mercados estejam fadados a uma crise aguda e prolongada, eles temem que novos momentos de turbulência vêm por aí. Gene Frieda, estrategista-chefe para mercados emergentes do Royal Bank of Scotland, aconselha cautela. Segundo ele, a maioria das correções do passado apresentou duas ondas: a primeira que pega as pessoas de surpresa, seguida por uma recuperação intermediária que atrai o retorno dos investidores à compra de ativos, e uma terceira fase decisiva que os expulsa abruptamente. "A primeira fase agora acabou", disse Frieda, que acredita que terceira ocorrerá em uma ou duas semanas. Mas ele prefere não voltar a comprar ativos emergentes neste momento. "Melhor fazer isso na próxima fase de fraqueza nos mercados, pois a correção nos emergentes fracassou em restaurar níveis de preços muitos atraentes, mesmo nas bolsas de valores", disse. "Estamos dispostos a arriscar a perder a primeira fase de uma recuperação em favor da segunda perna do movimento de venda de ativos." No entanto, Frieda ressaltou que não houve mudanças substanciais no cenário econômico global nos últimos dias que justifiquem uma preocupação exagerada. "Mantemos a firme visão de que essa correção é um ajuste de posicionamento, ao invés do início de algo fundamentalmente negativo", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.