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O´Neil manifesta "pleno apoio" às intenções do Brasil

O secretário do Tesouro, Paul O?Neil, expressou nesta quarta-feira "pleno apoio" dos Estados Unidos "às sólidas políticas econômicas" do governo brasileiro

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário do Tesouro, Paul O?Neil, expressou nesta quarta-feira "pleno apoio" dos Estados Unidos ?às sólidas políticas econômicas" do governo brasileiro. O chefe da equipe econômica americana, que no mês passado contribuiu para aumentar a crise de confiança dos investidores dizendo-se contrário a um novo crédito do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil - que o País não pediu -, fez a declaração depois de receber o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, em seu gabinete. "Continúo convencido de que Fraga e o governo brasileiro estão executando políticas sólidas, voltadas para o futuro, que assentam as bases para a estabilidade econômica e financeira", disse o secretário do Tesouro numa nota. Armínio encontrou-se também com o diretor gerente do FMI, Horst Köehler, e almoçou com o novo diretor do departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Anoop Singh. À tarde, ele visitou o presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Alan Greenspan. Depois do encontro com O,Neil, o presidente do BC cruzou o jardim norte da Casa Branca e reuniu-se com o principal assessor econômico do presidente George W. Bush, e com o presidente do Conselho de Assessores Econômicos da presidência, Glenn Hubbard. Crédito O embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, e o diretor executivo do País no FMI, Murilo Portugal, acompanharam Armínio nas reuniões com os representantes dos executivo americano. "Não vim pedir nada", disse o presidente do BC, no final dos encontros, referindo-se à possibilidade de o País vir a solicitar um novo crédito do FMI. "Mas isso não quer dizer que essa não possa ser uma opção", acrescentou, mantendo uma ambigüidade que, nos cálculos das autoridades brasileiras, é importante para tranquilizar o mercado. Armínio declarou que seus encontros foram "muito positivos" e sublinhou as manifestações de apoio que recebeu dos representantes do governo americano com quem esteve. Ele disse que tratou de temas comerciais e financeiros e ressaltou que as dificuldades que o Brasil enfrenta derivam mais de fatores externos do que internos. Ele afirmou que a mensagem que procurou transmitir a seus interlocutores em todos os encontros é que "a estratégia do governo é fazer uma transição tranqüila, mantendo políticas consistentes". Em pelo menos um dos encontros, os representantes americanos perguntaram o que podem fazer para ajudar. Armínio respondeu que o Brasil conta o apoio dos EUA e espera que Washington continúe a manifestar-se positivamente sempre que o governo honrar seu compromisso de manter políticas sólidas. Em todas as converas, o presidente do BC foi perguntado sobre a disputa presidencial. Respondeu que as eleições estão "em aberto". Em declarações que fez depois da reunião, evitou tocar em questões políticas. "Não vim com procuração dos candidatos", disse. Lula Horas antes de O? Neil fazer sua declaração de forte endosso às políticas econômicas, o subsecretário internacional do Tesouro, John Taylor, também havia procurado tranquilizar os investidores sobre as incertezas eleitorais que estão na raiz da crise de confiança no Brasil. Falando em Paris, Taylor disse que o candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, cuja favoritismo nas pesquisas inquieta o mercado, "indicou que suas políticas não serão tão diferentes (das do atual governo) como as pessoas suspeitavam". Lembrar a seus interlocutores na comunidade financeira internacionais que Lula assumiu formalmente o compromisso de manter a inflação baixa, o saldo primário que for necessário e honrar os pagamentos da dívida têm sido uma das tônicas das conversas de altos funcionários brasileiros com representantes da comunidade financeira internacional, nos últimos dias. Esse argumento foi usado hoje também pelo secretário internacional do Ministério das Finanças da Alemanha, Caio Koch-Weser. Ele lembrou que o Brasil "já refinanciou toda sua dívida externa além de outubro - e Lula da Silva e seus conselheiros sabem o que se espera deles".

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