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ONG que parou Jirau usou advogados ligados à Odebrecht

Odebrecht perdeu o leilão da obra para o consórcio Enersus e desde então vem tentando reverter decisão

Por Vannildo Mendes
Atualização:

A Construtora Norberto Odebrecht e o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBMOS) se associaram na ação judicial que paralisou as obras da hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, uma das principais obras de infra-estrutura do governo Lula. Autora da ação popular, aparentemente de motivação ambientalista , a ONG transferiu ao escritório de advocacia que representa os interesses comerciais da Odebrecht em Rondônia, procuração para que seus advogados também a defendam na mesma causa: paralisar a sobras de Jirau.   LEIA REPORTAGEM COMPLETA NA EDIÇÃO DESTE SÁBADO DO 'ESTADO'    Sediada em Brasília, o FBMOS congrega organizações nacionais e estrangeiras ligadas ao meio ambiente, mas seus dirigentes, Ivan Marcelo Neves e Nadja Oliveira Pegado, entregaram a causa da hidrelétrica aos advogados Clayton Conrat Kussler e Luciana Sales Nascimento, que representam a Odebrecht em negócios energéticos em Rondônia. A Odebrecht disputou e perdeu o leilão da obra em maio para o consórcio Enersus e desde então vem tentando reverter comercialmente a derrota.   Sem êxito, dispôs-se a gerir o processo advocatício da ONG, de conteúdo estritamente ambientalista. Foi a forma que encontrou de desestabilizar o consórcio vencedor da obra, integrado pela multinacional franco-belga Suez e pela empreiteira brasileira Camargo Corrêa. A titularidade da ação em favor de Conrat e Luciana foi confirmada em 25 de novembro passado, véspera do julgamento do recurso que o governo federal moveu contra a liminar do juiz Élcio Arruda, da 3ª Vara Federal de Rondônia, que paralisou a execução das obras iniciais da usina.   Pivô da confusão, o FBMOS nega que tenha aceito deliberadamente a ajuda da empreiteira ou que tenha se dobrado a seus interesses. "Nossa motivação é estritamente a defesa do meio ambiente e das populações amazônicas", disse Esther Nauhaus, diretora- executiva da entidade, sem explicar a parceria registrada em cartório.

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