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ONU: Brasil representa 1% do comércio mundial de arte

Por JAMIL CHADE
Atualização:

Apesar de ser um dos pólos de arte e tradições, o Brasil não consegue ainda traduzir toda sua criatividade em exportações. Dados da ONU apontam que o País representa menos de 1% do comércio mundial de música, arte, design, moda, artesanato, serviços de arquitetura e outras áreas conhecidas como indústrias criativas. Os chineses controlam hoje 26% do mercado mundial desse setor, ainda que parte importante dessas vendas sejam de produtos do Ocidente que apenas são manufaturados na China, como ternos de Pierre Cardin, CDs de música americana ou filmes europeus. Em 2004, a ONU lançou a idéia de incentivar as indústrias criativas como forma de criar empregos e aumentar as exportações nos países em desenvolvimento. Entre 1996 e 2005, as vendas do setor passaram de US$ 234,8 bilhões para US$ 445 bilhões. A ONU ainda conseguiu o compromisso do governo brasileiro de que um centro internacional seria estabelecido em Salvador para lidar com a questão. Mas a iniciativa nunca saiu do papel, apesar da inúmeras viagens do ministro da Cultura, Gilberto Gil, a Genebra para debater o projeto. Enquanto isso, os chineses não perderam tempo. Criaram em Xangai um centro para incentivar a indústria criativa e estabeleceram 75 parques de produção nos arredores da cidade. Hoje, 6,5% do PIB da cidade vem dessas indústrias. Já a América Latina, segundo a ONU, precisa de melhores mecanismos de financiamento desses setores e estratégias de mercados para ter um peso maior. Hoje, o continente vende apenas US$ 8,6 bilhões anuais, contra US$ 88 bilhões de China e Hong Kong. Do total latino-americano, metade vem do Mexico. O Brasil vem em segundo lugar na região, mas não aparece sequer entre os 20 maiores exportadores mundiais. Turquia, Áustria, Polônia e Tailândia estão melhor posicionados que o Brasil.

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