PUBLICIDADE

ONU: livre-comércio de alimentos ameaça natureza e pobres

Sessenta governos, incluindo Brasil, China, França e Índia, aprovaram o relatório

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A liberalização do comércio de alimentos nos países em desenvolvimento pode prejudicar as tentativas de diminuir a pobreza e danificar o meio ambiente, de acordo com um relatório de um grupo ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Banco Mundial nesta terça-feira. "A abertura dos mercados nacionais para a competição internacional pode oferecer benefícios econômicos, mas também pode levar a efeitos negativos a longo prazo em relação à diminuição da pobreza, à segurança alimentar e ao meio ambiente sem instituições nacionais básicas e infra-estrutura funcionando", afirmou o relatório. Sessenta governos, incluindo Brasil, China, França e Índia, aprovaram o relatório. EUA, Austrália e Canadá devem enviar ressalvas no final desta semana, enquanto a Grã-Bretanha não respondeu oficialmente. Os governos estão profundamente preocupados com o impacto dos preços altos dos alimentos e com os efeitos provocados pelo aumento na população mais pobre. Houve protestos ligados ao custo dos alimentos no Haiti, assim como em Camarões, Nigéria, Burkina Fasso, Indonésia e Filipinas. Autoridades econômicas e do desenvolvimento de todo o mundo pediram nesta semana a elaboração urgente de medidas para conter os preços altos dos alimentos, alertando sobre o possível aumento do descontentamento social a menos que os preços de gêneros básicos sejam controlados. O relatório de terça-feira, da Avaliação Internacional da Ciência e da Tecnologia Agrícolas para o Desenvolvimento (IAASTD, em inglês), afirmou que a expansão da agricultura intensiva e dedicada à exportação tem graves implicações sociais e ambientais, incluindo questões relacionadas à exportação de água e nutrientes do solo e às condições de exploração da mão-de-obra. A IAASTD afirmou também que os benefícios do aumento na produção agrícola também encontram-se injustamente distribuídos, sendo que o sistema atual geralmente amplia o abismo entre os pobres e os ricos. (Por Nigel Hunt)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.