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ONU vê crescentes riscos de recessão econômica global

Por PATRICK WORSNI
Atualização:

A Organização das Nações Unidas alertou na quarta-feira sobre "perigos claros e presentes" de a economia mundial se aproximar de uma recessão neste ano por causa dos problemas com moradias e crédito nos Estados Unidos, além do dólar fraco. Em um relatório anual, o órgão mundial previu crescimento econômico global a 3,4 por cento em 2008, apenas um pouco menor do que no ano passado, mas disse que sob um cenário pessimista, caso as dificuldades nos EUA sejam grandes, o número poderia ser de apenas 1,6 por cento. A explosão da bolha das moradias nos EUA no ano passado e uma crise no financiamento imobiliário de alto risco causou incerteza em todos os mercados financeiros, disse a publicação Situação Econômica Global e Perspectivas 2008. O declínio do dólar e os desequilíbrios entre países que buscam superávits, como a China, o Japão e nações produtoras de petróleo, e outras com grandes déficits, como os EUA, contribuiriam para reduzir a produção mundial, afirma a publicação da ONU. Os problemas dos EUA "poderiam gerar uma recessão mundial e um ajuste não-ordenado dos desequilíbrios globais", de acordo com o relatório. "As recentes turbulências nas finanças globais elevaram os riscos e se mostraram como perigos claros e presentes". "A projeção ainda não é para uma recessão, mas os riscos estão lá", disse Rob Vos, diretor de divisão do departamento de assuntos econômicos e sociais da ONU. Em uma entrevista coletiva, ele estimou em 50 por cento a chance de uma recessão nos EUA, dizendo que teria sido mais otimista há dois meses. O relatório anterior da ONU, há um ano, se mostrou pessimista demais. O estudo dizia que o crescimento mundial em 2007 cairia para 3,2 por cento, mas o resultado é de cerca de 3,7 por cento, informou o novo relatório. O texto, de 170 páginas, foi compilado por sete órgãos da ONU e estima que o PIB dos EUA crescerá 2 por cento neste ano em comparação com a estimativa de 2,2 por cento para o ano passado. O relatório alerta, porém, que essa previsão pode ser virtualmente anulada caso os preços de moradias nos EUA recuem até 15 por cento. As economias do Japão e da Europa Ocidental, que já operam perto da capacidade máxima de produção, poderiam não aguentar o baque.

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