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Opep deve adiar possível corte na oferta de petróleo

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ministros de Energia e Petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordaram em não reduzir suas cotas de produção de petróleo neste momento e em adiar um possível corte, dada a queda da demanda prevista para o segundo trimestre de 2006. A decisão deverá ser aprovada na 138ª conferência ministerial da Opep que acontece amanhã na capital do Kuwait. Representantes de Argélia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar e Líbia expressaram seu apoio à proposta do presidente da organização e ministro de Energia do Kuwait, Ahmad Fahad Al-Ahmad Al-Sabah, de manter inalterado o nível atual de produção do grupo. A cota oficial de extração de 10 dos 11 países-membros -todos, com exceção do Iraque- é de 28 milhões de barris diários (mb/d), limite superado atualmente em cerca de 500.000 b/d. Com o Iraque, a produção conjunta se aproxima dos 30,3 mb/d. Segundo Al-Sabah, "há duas opções: marcar uma nova reunião extraordinária para o fim de janeiro ou início de fevereiro para estudar a situação, e dar ao presidente o poder de convocar uma reunião de emergência; ou adotar uma resolução formal após consultar todos os ministros, caso sejam registrados indícios de uma queda dos preços". Perspectivas O ministro kuwaitiano, que será substituído na Presidência anual da Opep pelo seu colega da Nigéria em 1º de janeiro, reconheceu que os produtores já pensam além do inverno, quando o fim da temporada de frio no hemisfério norte costuma gerar uma queda na demanda de cerca de 2 mb/d, devido ao menor consumo de combustível para calefação. No entanto, nenhum dos responsáveis da organização, que controla entre 36% e 40% da produção mundial de petróleo, estabeleceu até onde devem ser reduzidos os preços para que o grupo limite sua oferta. "Não temos um preço mínimo, mas todos falam em algo entre US$ 35 e US$ 55 o barril da Opep", disse al-Sabah. Preços A cesta de 11 tipos de petróleo - uma para cada país-membro - que forma o barril (de 159 litros) de referência da Opep se aproxima atualmente dos US$ 53, valor que está longe do recorde histórico de US$ 61,37, alcançado em 30 de agosto, mas muito acima do preço que era registrado há uma ano, de aproximadamente US$ 37. A oferta, válida apenas para o atual trimestre, vence em 31 de dezembro, e trata da capacidade de extrair barris adicionais a curto prazo. A conferência de amanhã é a segunda realizada pela Opep no Kuwait em seus 45 anos de história.

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