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Opep e Rússia rejeitam pedido de Trump para ampliar produção

Presidente dos Estados Unidos queria a ampliação da produção de petróleo para esfriar preços do mercado e lançou ameaças pelo Twitter

Por Reutes
Atualização:

ARGEL - A Arábia Saudita, líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e a Rússia descartaram no último domingo, 23, a possibilidade de aumento na produção de petróleo bruto, rejeitando efetivamente os pedidos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para medidas que esfriem o mercado. 

“Eu não influencio preços”, disse o ministro da Energia saudita, Khalid al-Falih, a jornalistas enquanto ministros do setor energético de países membros e não membros da Opep se reuniam em Argel para encontro que terminou sem recomendações formais para estímulos adicionais na oferta da commodity. 

Membros da Opep se reuniram em Argel para discutir a produção de petróleo Foto: EFE

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O barril do petróleo Brent chegou a US$ 80 neste mês, levando Trump a reiterar na última quinta-feira seu pedido para que a Opep baixasse os preços. A alta das cotações foi contida principalmente por uma queda nas exportações do Irã, membro da Opep, devido ao restabelecimento de sanções dos EUA.

“Nós protegemos os países do Oriente Médio, eles não estariam seguros por muito tempo sem nós e, ainda assim, eles continuam incentivando preços cada vez mais altos para o petróleo. Nós lembraremos disso. O monopólio da Opep deve baixar os preços agora!”, escreveu Trump no Twitter. 

Falih disse que a Arábia Saudita tinha capacidade para aumentar a produção de petróleo, mas que a medida não seria necessária no momento. 

“A minha informação é que os mercados estão sendo adequadamente abastecidos. Não sei de nenhuma refinaria no mundo que esteja precisando de petróleo e não esteja conseguindo”, afirmou Falih. 

Desafios 

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O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, disse que nenhum aumento imediato na produção era necessário, embora acreditasse que uma guerra comercial entre a China e os EUA, assim como sanções norte-americanas ao Irã, estariam criando novos desafios para os mercados de petróleo.

O ministro do Petróleo de Omã, Mohammed bin Hamad Al-Rumhy, e seu equivalente do Kuwait, Bakhit al-Rashidi, disseram a jornalistas após a reunião de ontem que os produtores concordaram em se comprometer a atingir a meta de 100% dos cortes de produção acordados em junho. 

Isso significa, na prática, compensar as quedas na produção iraniana. Al-Ruhmy disse que os mecanismos exatos para cumprir o objetivo ainda não haviam sido discutidos. 

A nota de Trump não foi a sua primeira com críticas à Opep. 

Preços mais altos da gasolina para consumidores norte-americanos poderiam criar uma dor de cabeça política para o republicano antes das eleições para o Congresso em novembro. 

O Irã, terceiro maior produtor da Opep, acusa Trump de orquestrar a alta nos preços de petróleo ao impor sanções sobre Teerã e culpa seu rival local, a Arábia Saudita, por ceder às pressões dos Estados Unidos. Ontem, o ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, disse que o tuíte de Trump era “o maior insulto aos aliados de Washington no Oriente Médio”.

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