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Opep terá que aumentar oferta para evitar alta do petróleo

AIE afirmou que ainda existem ´riscos na oferta´ da commodity, pois muitos países produtores adotaram políticas nacionalistas, o que freou investimentos no setor

Por Agencia Estado
Atualização:

A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que a forte queda de estoques de petróleo nos Estados Unidos e o repique nos preços nos últimos meses sinalizam que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) terá que elevar a oferta da commodity para manter a estabilidade entre a oferta e a demanda. Em seu relatório mensal divulgado nesta terça-feira, 13, a agência afirmou que continuam existindo "consideráveis riscos na oferta" de petróleo, problema que é acentuado em países produtores que adotaram uma política nacionalista em relação a seus recursos naturais, freando os investimentos no setor. "A oferta mais apertada pela Opep e as temperaturas mais frias nos Estados Unidos em fevereiro serviram para perpetuar a recente tendência de queda nos estoques da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 30 países industrializados, apesar de uma temperatura amena em outras regiões", disse a AIE. Dados preliminares da agência sugerem que os estoques da OCDE caíram 1,26 milhões de barris por dia ao longo dos dois últimos meses. Esses estoques podem estar caminhando para a sua maior queda num primeiro trimestre em mais de dez anos. Por isso, observou a agência, "não causa surpresa" o fato dos preços do barril de petróleo terem subido dos US$ 50 registrados em meados de janeiro para a uma faixa em torno dos US$ 60 atualmente. Até agora, a maioria dos sinais dados pela Opep sugere que suas metas de produção não serão alteradas na reunião do cartel programada para quinta-feira, em Viena, Áustria. "Isso não surpreende nem um pouco: os atuais níveis de produção continuam apertando o mercado e as atuais metas oferecem à Opep a flexibilidade de apertar a oferta em até mais 1 milhão de barris por dia", disse. "Mas na realidade, as tendências nos estoques e preços está sinalizando que serão necessárias maiores exportações da Opep nos próximos meses". Desaceleração econômica A agência manteve a sua previsão de que o aumento no consumo mundial de petróleo em 2007 será de 1,8%, uma média de 86 milhões de barris diários. A produção global em fevereiro caiu 65 mil barris diários por causa dos cortes na oferta da Opep, atingindo uma média de 85,5 milhões de barris. Segundo ela, o impacto global do processo de desaceleração econômica nos Estados Unidos - fator que ajudou a gerar uma forte volatilidade nos mercados financeiros no início deste mês - poderá ser compensado, pelo menos em parte, pelo forte ritmo da atividade em outras regiões do mundo. A AIE informou que não deverá fazer nenhuma alteração nas suas previsões para o PIB mundial, e conseqüentemente para o consumo de petróleo, até que o Fundo Monetário Internacional divulgue suas estimativas econômicas em abril. A previsão para a elevação da demanda de petróleo no ano passado também foi mantida em 84,5 milhões de barris diários.

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