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Operação de algoritmo deflagrou o ''flash crash''

Relatório revela que uma ordem automatizada de venda de ações no valor de US$ 4,1 bilhões levou a uma queda generalizada na Bolsa de Nova York

Por AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Atualização:

Os reguladores federais dos Estados Unidos revelaram que uma ordem de venda de 75 mil contratos futuros por um grande operador que utiliza programa de negociações por algoritmos desempenhou um papel central na forte queda do mercado em 6 de maio passado, no evento conhecido como "flash crash".Em um relatório conjunto, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) e a comissão de valores mobiliários dos EUA (SEC) afirmaram que o algoritmo usado pelo operador não funcionou como se esperava.A ordem automatizada vendeu 75 mil contratos futuros E-mini do Standard & Poor"s 500 estimados em US$ 4,1 bilhões em apenas 20 minutos. Em condições normais de mercado num outro dia, uma transação semelhante feita pelo operador levou mais de cinco horas para ser executada. O resultado dessa venda repentina de contratos provou um "choque" no mercado, disse o comissário da CFTC Bart Chilton em comunicado. As empresas e operadores de alta frequência, que são capazes de fazer milhões de compras ou vendas por segundo para lucrar com as diferenças de cotações, estão entre os que entraram para comprar alguns dos contratos. Mas logo essas empresas mudaram de posição e rapidamente venderam esses contratos futuros ou contratos equivalentes nos mercados acionários, deixando o mercado sem compradores suficientes para absorver todas as ordens de venda. Os que atuam por arbitragem - aproveitando a diferença de cotações - se moveram para outras partes e em minutos houve uma ruptura nos mercados, disse Chilton. A falta de relacionamento entre os mercados exacerbou o problema.A CFTC e a SEC adiaram o relatório porque a CFTC temia a divulgação de detalhes do grande operador. O Wall Street Journal e outras organizações de mídia identificaram a empresa como Waddell & Reed Financial. A Waddell tem dito que não pretendia causar problemas ao mercado. O relatório divulgado ontem não menciona o nome do operador, mas a CFTC e a SEC buscaram obter um pedido oficial do Congresso a fim de terem cobertura legal para revelar o montante das posições.

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