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Operação de bônus globais favorece mercado

Operação de troca de títulos da dívida brasileira favoreceu o desempenho da Bovespa durante a manhã. Juros e dólar também foram afetados pelo resultado. O julgamento da correção do FGTS ainda é o único ponto que gera um pouco de apreensão.

Por Agencia Estado
Atualização:

O bom desempenho do mercado acionário brasileiro durante a manhã foi provocado, principalmente, pela divulgação do resultado da operação de troca de títulos da dívida brasileira - bradies - por bônus globais de 40 anos, com opção de recompra em 15 anos. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reagiu bem diante dos números finais da operação. Há pouco, operava em alta de 1,77%. Os investidores animaram-se com o volume total da operação. Conforme apurou a editora Cynthia Decloedt, a oferta para aquisição dos bônus globais chegou a US$ 2,75 bilhões e para troca atingiu US$ 5,60 bilhões. No entanto, o governo brasileiro optou somente pela troca e emitiu US$ 5,157 bilhões para a operação de troca por bradies. Isso significa que a operação não traz dinheiro novo, mas muda de forma significativa parte da dívida brasileira, alongando o prazo desses papéis. Esse cenário pode favorecer o mercado de investimentos brasileiro se houver uma sinalização de que a percepção dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil melhorou. O economista-chefe do banco Interamerican Express, Marcelo Allain, afirmou ao editor André Palhano que um dos pontos positivos da operação é o baixo prêmio que o governo federal pagará por trocar um papel de vencimento mais curto - 2014 - por um de prazo mais longo - 2040. A taxa ficará cerca de 0,7% superior. Operação Petrobras Durante a manhã também foi divulgado o resultado da operação de oferta pública das ações excedentes da Petrobras. O valor das ações ordinárias (ON, com direito a voto) da companhia ficou no patamar de R$ 43,07. Com o desconto de 20%, oferecido para quem comprou até R$ 100 mil em ações da empresa, a cotação ficou em R$ 34,46. Alguns analistas apostam em um preço-alvo em torno de R$ 60,00, que deve ser atingido em 12 meses (veja mais informações no link abaixo). Isso representa uma expectativa de valorização em torno de 74,11% nesse período, na comparação com o valor estabelecido de R$ 34,46. No início da tarde, as ações ordinárias da companhia eram vendidas no patamar de R$ 48,70 - uma alta de 8,71% em relação ao fechamento de ontem. Operação de bônus globais também influencia mercado de juros e dólar Nem a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), que ficou em 1,61% - 0,20 ponto porcentual acima do esperado, freou a queda das taxas de juros. O mercado deu mais importância ao resultado da operação dos global bonds. Diante disso, o patamar de negociação de juros caiu mais uma vez. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagavam juros de 17,120% ao ano no início da tarde, frente a 17,280% ao ano ontem. O mercado de câmbio continua estável, em função do fluxo cambial equilibrado - entrada de dólares próximo ao volume de saída. O dólar comercial estava cotado a R$ 1,7980 na ponta de venda dos negócios no início da tarde. Uma alta de 0,06% em relação ao patamar de negociação da moeda norte-americana nos últimos negócios de ontem. O único fator que ainda gera um pouco de apreensão no mercado financeiro é o julgamento da correção monetária nos saldos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), referente a planos econômicos anteriores, que acontece logo mais. Porém, o governo pode pedir revisão do caso, o que adiaria o julgamento. A expectativa é que o governo tenha um prejuízo de R$ 40 bilhões.

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