Operação padrão da Receita atrasa liberação de combustível importado

Desde 28 de dezembro, produtos não estão sendo escoados no Porto de Santos, principal porta de entrada de gasolina e óleo diesel do País; associação fala em risco ao abastecimento em janeiro

Publicidade

PUBLICIDADE

Por Fernanda Nunes
2 min de leitura

RIO -Milhares de litros de combustíveis estão se acumulando nos tanques dos terminais do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, por causa da operação padrão dos auditores da Receita Federal. O porto paulista é a principal porta de entrada de gasolina e óleo diesel no País.

Desde o dia 28 de dezembro, os produtos não estão sendo escoados porque os auditores não autorizam a comercialização. 

Leia também

Fila no Porto de Santos na quarta-feira, 5. Auditores estão barrando o escoamento de vários produtos. Foto: Fernanda Luz/Estadão - 5/1/2022

Com o atraso da operação, os custos de importação vão subir e a conta pode chegar ao consumidor final, que deverá pagar mais pelos combustíveis, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Segundo a Abicom, há uma cobrança adicional que é paga quando o navio excede o tempo permitido para realizar as operações de descarga ou de embarque, que gira em torno de US$ 22 mil por dia por embarcação. "Estes custos redundarão em aumentos nos preços dos combustíveis, como óleo diesel e gasolina", diz a associação.

Os importadores de combustíveis associados à entidade não chegaram a ser afetados pela paralisação dos caminhões, até porque eles não estão conseguindo retirar seus produtos dos portos.

“Além da elevação dos preços, a operação padrão iniciada pelos auditores fiscais poderá provocar o desabastecimento (de combustíveis) no mês de janeiro de 2022, uma vez que, as refinarias nacionais não têm capacidade para atender a demanda nacional e os volumes importados são necessários para completar o suprimento de diesel e gasolina para as distribuidoras de combustíveis”, afirmou a Abicom, em nota.

Continua após a publicidade

Um alerta sobre os impactos nos preços dos combustíveis e no abastecimento nacional foi entregue pela entidade ao Ministério da Economia nesta quinta-feira, 6. 

No documento, eles argumentam também que as liberações das cargas importadas, que normalmente são processadas em um ou dois dias, já estão demorando mais de dez dias. Afirmam também que não estão sendo cumpridos os prazos previstos em instrução normativa.

Nesta quinta-feira, 6, a operação dos auditores da Receita afetou também a circulação de caminhões, provocando uma fila de mais de 800 deles na região Norte do País. Os servidores da Receita protestam contra a falta de previsão no Orçamento do pagamento de bônus extra à categoria. /COLABOROU MAIARA SANTIAGO, DE SÃO PAULO

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.