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Operações suspeitas de lavar dinheiro em fundos chegam a R$ 13 bi

Valor se refere a 945 operações relatadas por participantes do mercado no 2º semestre de 2017, segundo relatório divulgado pela CVM

Por Renata Batista
Atualização:

RIO - No segundo semestre de 2017, foram comunicadas ao SISCOAF (Sistema do Conselho de Controle das Atividades Finaceiras) 945 operações suspeitas de configurarem lavagem de dinheiro no segmento de fundos de investimento.

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Tais operações foram informadas por 37 participantes do mercado, em um volume total de R$ 13,3 bilhões. As informações constam do relatório de Supervisão Baseada em Risco (SBR) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) relativo aos meses de julho a dezembro, divulgado nesta segunda-feira, 18, no site da instituição.

No segundo semestre de 2017, foram comunicadas 945 operações suspeitas de lavagem de dinheiro no segmento de fundos de investimento. Foto: Fabio Motta/Estadão

Trata-se de uma evolução de 6% no número de comunicantes, de 88% no número de comunicações e de 141% nos valores informados. O relatório aponta ainda que uma única instituição financeira foi responsável por 70% das comunicações no segmento de fundos no período e por 66% dos valores envolvidos.

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O nome da instituição não foi divulgado porque, embora cite vários casos de supervisão direta ou com apoio de instituições autorreguladoras, a CVM não abre os nomes dos agentes supervisionados nos vários segmentos de mercado.

Trata-se de uma análise qualitativa e quantitativa do andamento da supervisão baseada em risco, modelo em que o regulador estabelece parâmetros para acompanhar operações e temas específicos a fim de averiguar se há alguma irregularidade e instaurar processos sancionadores.

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Ainda no segmento de fundos de investimento, o relatório da CVM aponta que o número de pareceres de auditoria com opinião modificada sobre fundos e investimento aumentou cerca de 150% em 2017 em relação a 2016.

Já no mercado de companhias abertas, a CVM emitiu 442 mensagens relacionadas a atraso e não entrega de informações periódicas no segundo semestre. Quase dois terços delas foram relacionados a informes trimestrais e houve 141 multas aplicadas a companhias e dois processos administrativos sancionadores. 

A verificação de 12 formulários de referência com o objetivo de verificar a coerência entre condições financeiras e patrimoniais da empresa e remuneração dos administradores, tema que tem sido alvo de intenso debate, resultou, no período, na determinação de que uma companhia (nome não divulgado) submetesse à apreciação dos acionistas ajustes na próxima assembleia.

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O objetivo é incluir o montante suportado por sua subsidiária integral referente à remuneração de três Diretores da Companhia.

Sobre as informações de política de gerenciamento de risco dos Formulários de Referência, a CVM selecionou 13 companhias para serem avaliadas e 12 permanecem em análise.Já as demonstrações financeiras acompanhadas de relatório de auditoria com opinião modificada resultaram em 25 casos de supervisão no 3º ITR/2017.

Para 20 deles, alguma medida já havia sido adotada em semestres anteriores. Além disso, foram elaborados seis termos de acusação, um ofício de alerta, duas determinações de refazimento e 11 casos já tinham processos em andamento.

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No caso das operações entre partes relacionadas, no 2º semestre, foram abertos sete novos processos de análise de transações com partes relacionadas, sendo que dois tiveram a análise concluída no próprio semestre. Além disso, a SEP encerrou três análises originadas em semestres anteriores e terminou o semestre com um total de seis análises em andamento.

O relatório completo está disponível no link: http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/menu/acesso_informacao/planos/sbr/Relatorio_Semestral_julhodezembro_2017.pdf

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