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Empresa de turismo Thomas Cook quebra e 150 mil pessoas terão de ser 'resgatadas'

Grupo britânico Thomas Cook foi fundado há 178 anos e buscava cerca de R$ 1 bilhão para continuar operando

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Por Redação
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Viajantes ficaram sem ter como voltar para casa na segunda-feira, 23, depois que a agência de turismo mais antiga do mundo, a britânica Thomas Cook, decretou falência, o que desencadeou o maior esforço de repatriação da história do Reino Unido em tempos de paz.

A Autoridade de Aviação Civil (CAA, na sigla em inglês) do Reino Unido confirmou que a Thomas Cook encerrou as operações, o que implica paralisação das atividades de quatro companhias áreas e dispensa de um total de 21 mil funcionários em 16 países. 

Clientes da Thomas Cook formam fila em balcão da companhia no aeroporto de Heraklion, na ilha de Creta,na Grécia. Foto: Stefanos Rapanis/Reuters - 23/9/2019

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A empresa, que foi fundada há 178 anos, tinha cerca de 600 agências de viagens no Reino Unido. Na sexta-feira, a companhia informou que buscava obter £ 200 milhões (R$ 1 bilhão) para seguir operando. As negociações com acionistas e credores, no entanto, fracassaram.

Reação

A falência da Thomas Cook foi um dos fatores que contribuíram para o mau humor no mercado europeu na segunda. O índice que reúne as principais Bolsas do continente fechou o dia em queda de 0,54%. Rival da Thomas Cook, a alemã TUI, por seu turno, viu seus papéis subirem mais de 7%.

Mais de 600 mil viagens foram canceladas, e há cerca de 150 mil turistas fora do Reino Unido que terão de ser resgatados pelo governo do país. A maioria dos consumidores britânicos da Thomas Cook é protegida por um seguro de viagem estatal, o que garante que retornem para casa sem custos adicionais.

A Thomas Cook enfrentava problemas com dívidas há alguns anos, que se agravaram com a demanda menor por viagens ao exterior. Em maio, os débitos da companhia somavam cerca de US$ 2,1 bilhões (mais de R$ 8 bilhões).

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Aviões da Thomas Cook no aeroporto de Duesseldorf, na Alemanha. Foto: Ina Fassbender/AFP - 24/9/2019

Castelo de cartas

A falência marca o fim de uma empresa britânica que foi fundada em 1841 com excursões locais de trem e foi pioneira nos pacotes de viagem de férias familiares na Europa, América, África e Oriente Médio.

O fim da Thomas Cook, anunciado nas primeiras horas da segunda-feira, provocou alarme em hotéis, com os proprietários pedindo que alguns clientes paguem suas contas novamente. Entres os mercados mais prejudicados estão Turquia e Grécia. “Não vou pagar minhas férias de novo”, disse o inglês David Midson à Reuters enquanto tentava obter informações na recepção de um hotel de Roda, em Corfu, na Grécia. “Queria ter trazido minha carteira de habilitação, porque não consigo um táxi (até o aeroporto).”

Além dos mais de 20 mil funcionários, o colapso da Thomas Cook atinge sites globais de agendamento de viagens, empresas de cartão de crédito, agências de turismo que usam suas linhas aéreas e ruas comerciais britânicas onde seus agentes foram obrigados a fechar as portas.

A empresa havia acertado um pacote de socorro de £900 milhões com bancos e sua principal acionista, a chinesa Fosun, mas os credores pediram £ 200 milhões adicionais para mantê-la operando durante o inverno. A falta desse dinheiro acabou levando a companhia à falência. /AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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