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Operários de refinaria da Petrobras encerram greve

Por Simone Menocchi
Atualização:

Os doze mil operários que trabalham nas obras de ampliação da refinaria Henrique Lage, da Petrobras, em São José dos Campos, decidiram retornar ao trabalho depois de 32 dias de paralisação. As obras foram retomadas hoje, depois que os trabalhadores participaram de uma assembléia, no início da manhã. O movimento começou quando a categoria decidiu reivindicar reajuste salarial e ganhou força com a adesão de todos os trabalhadores. Por vários dias os manifestantes chegaram a parar o trânsito na via Dutra, já que realizavam as assembléias às margens da rodovia, no quilômetro 145. A greve foi considerada abusiva pelo Tribunal Regional do Trabalho, que determinou, há cerca de dez dias, a volta imediata dos trabalhadores, assinando um acordo onde as empresas tinham que pagar 10% de reajuste salarial, R$ 1.500 em participação nos lucros e resultados, pagamento das horas extras e ainda dar 90 dias de estabilidade no emprego. Apesar do acordo com as empresas, a categoria insistiu na greve para reivindicar o pagamento dos dias parados e ainda um abono de R$ 200. As empresas endureceram e decidiram iniciar as demissões. Alguns grupos receberam telegramas informando a postura da empresa em demitir caso a categoria insistisse na greve. Diante da possibilidade de demissão em massa, os operários decidiram voltar às obras. Os dias parados serão descontados dos trabalhadores e não haverá o pagamento do abono. Mesmo assim, a comissão que representa a categoria considerou a greve positiva. "Para nós foi uma vitória, mas as negociações e a luta não se findam aqui", afirmou o representante dos trabalhadores, Antonio Zeferino. Organizada pela Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) a manifestação não teve, inicialmente, o apoio do Sindicato da Construção Civil. "Não fomos contra a greve, mas contra a forma com que o movimento foi conduzido", disse o presidente do sindicato dos metalúrgicos, Marcelo Rodolfo Barbosa.

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