Em vez de expatriar executivo, empresas economizam ao oferecer para o funcionário uma nova vaga no exterior
Por Fernando Scheller
Atualização:
O momento da expatriação era motivo de celebração para qualquer executivo de multinacional pelas regalias que uma oportunidade no exterior sempre embutiu: auxílio com a mudança, ajuda para moradia, colégio para os filhos, carro à disposição... A crise econômica agora alimenta o afã dos profissionais alocados no Brasil em tentar a vida lá fora - por isso, os executivos têm mostrado mais disposição para aceitar condições menos favoráveis para concretizar essa mudança.
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Hoje, em vez de mandar o profissional como funcionário expatriado, algumas empresas estão oferecendo novas oportunidades lá fora, isentando-se de quase todos os custos da mudança. "A pessoa é desligada aqui e recontratada lá", explica Daniel Cunha, diretor da consultoria Exec. "É uma espécie de 'informalização' desse processo de expatriação."
Isso ocorre porque os profissionais estão muito dispostos a tentar a vida no exterior neste momento de crise no Brasil. "O mercado está demandante", diz Henrique Bessa, diretor executivo da empresa de head hunting Michael Page. "A procura por oportunidades de expatriação aumentou cerca de 80% em relação ao ano passado. Hoje, as pessoas sabem que a situação do País vai se manter complicada por mais dois ou três anos. É um cenário caótico e que faz o executivo olhar para fora."
É um cenário completamente diferente do visto há relativamente pouco tempo. Em 2011 e 2012, eram os estrangeiros que faziam fila para vir morar no Brasil. "Até dois anos atrás, havia uma briga grande por salário. Para o cargo de CFO (diretor financeiro), o profissional que era destacado para o Brasil ganhava mais do que o chefe global. Havia essa distorção, e muitas vezes era difícil explicar isso para a matriz." Agora, os salários nacionais não só caíram em relação aos pagos anteriormente, mas também ficaram comparativamente mais baixos do que os de outros mercados, por causa da desvalorização do real.
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Também em 18º lugar está o fisioterapeuta, que é muito necessário na Bélgica, na Finlândia, na Islândia, no Canadá, na Coreia do Sul, na Austrália e n... Foto: APMais
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Em 18º lugar, está ooperador de maquinário, que tem alta demanda na França, na Rússia, na Espanha, na Suécia, na Suíça ena Turquia Foto: WiseGeek
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Na 18ª posição,o técnico em engenharia mecânica tem muita demanda na Áustria, na Bélgica, na França, na Holanda, na Espanha, na Suécia e no Canadá Foto: Divulgação
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Sete profissões estão empatadas no 11º lugar por serem muito necessárias em oito países. Uma delas é a de professor de Ensino Médio, que tem alta dema... Foto: The New York TimesMais
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O administrador e o analista de sistemas (ambos em 11º)têm forte mercado na Bélgica, na Estônia, na Holanda, no Canadá, nos Estados Unidos, no Chile, ... Foto: WiseGeekMais
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O mercado está bom para o psicólogo, na 11ª posição,na Dinamarca, na Finlândia, na Rússia, na Suécia, no Canadá, no Chile, na Austrália e na Nova Zelâ... Foto: DivulgaçãoMais
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Empatada em 8º lugar está a profissão de analista de TI, que tem bastante mercado em Israel, Eslováquia, República Tcheca, França, Bélgica, Holanda, L... Foto: DivulgaçãoMais
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O engenheiro elétrico aparece em 5º lugar porque é altamente necessário em 16 países: Irlanda, Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo, E... Foto: DivulgaçãoMais
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O 1° colocado no ranking é o engenheiro e desenvolvedor de software, cuja demanda é alta em 24 países: Alemanha, Israel, Suécia, República Tcheca, Din... Foto: APMais
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O Brasil aparece no ranking por causa de outras quatro profissões cuja demanda é alta no País: engenheiro de minas, engenheiro de hardware, engenheiro... Foto: DivulgaçãoMais
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Um estudo feito pela consultoria Michael Page ranqueou as profissões mais buscadas no Brasil e em outros 35 países Foto: Felipe Rau/Estadão
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17 profissões estão empatadas no 23º lugar. Para ilustrar, a escolhida foi a de professor universitário, que tem alta procura na Bélgica, na Itália, n... Foto: WiseGeekMais
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Também está em 23º a profissão de professor do jardim primário, muito buscadana Finlândia, na Polônia, na Rússia, na Suécia, no Canadá e na Austrália.... Foto: Cliff Owen/APMais
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Seis profissões aparecem em 18° lugar, entre elas a de farmacêutico, cuja demanda é grande na Dinamarca, Finlândia, Holanda, Rússia, Suécia, Suíça e C... Foto: Helvio Romero/EstadãoMais
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Também em 18º lugar, o engenheiro químico tem mercado de trabalho promissor na Grécia, na Irlanda, na Rússia, na Suécia, no Canadá, na Austrália e na ... Foto: DivulgaçãoMais
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Em 11° lugar, o agrimensor, reponsávelpela avaliação topográfica de um terreno, tem alta demanda na Dinamarca, na Estônia, na França, na Suécia, no Ca... Foto: DivulgaçãoMais
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O soldador, que também aparece em 11º,é altamente requisitado na Áustria, na Alemanha, na Noruega, em Portugal, na Rússia, no Reino Unido, no Canadá e... Foto: Mike De Sisti/MDESISTI@JOURNALSENTINEL.COMMais
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O profissional de network e database (11ª posição) é muito procurado na Bélgica, na Islândia, em Luxemburgo, na Eslováquia, no Canadá, no Brasil, na C... Foto: DivulgaçãoMais
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Oexecutivo de vendas, em 11º lugar,tem alta demanda na Irlanda, na Noruega, na Polônia, na Suécia, na Turquia, no Canadá, no México e no Japão Foto: Divulgação
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Isolado em 10° lugar aparece o profissional formado em engenharia de produção, que atua na área empresarial em cargos executivos, comalta demanda em n... Foto: Thomson/ReutersMais
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Em 8° lugar, o contador é uma profissão com mercado amplo na Grécia, na Turquia, na Suécia, na Finlândia, na França, na Polônia, na Irlanda, no Canadá... Foto: DivulgaçãoMais
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Também em 5º lugar está o engenheiro civil, que tem alta demanda no Reino Unido, na Turquia, na Suíça, na Estônia, na Hungria, em Luxemburgo, na Bélgi... Foto: DivulgaçãoMais
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O médico também é altamente necessário em 16 países, portanto também está no 5º posto: Portugal, Irlanda, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Suécia, Fin... Foto: LM Otero/APMais
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O enfermeiro está sozinho em 4º lugar, porque é muito necessário em 18 países:Irlanda, Reino Unido, Bélgica, Suécia, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Hu... Foto: Andrea Comas/ReutersMais
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Em 2º lugar aparece o engenheiro mecânico, que tem alta demanda em 19 países: Reino Unido, Irlanda, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Di... Foto: DivulgaçãoMais
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Também em 2° lugar está o engenheiro eletrônico, profissão muito necessária em Israel, Espanha, França, Alemanha, Hungria, Irlanda, Finlândia, Luxembu... Foto: DivulgaçãoMais
O dólar próximo a R$ 4 é, aliás, mais um fator que aquece a busca por oportunidades lá fora. "Ganhar em dólar agora é visto como um benefício importante. Se o dólar continuar na trajetória de alta, o executivo pode fazer um bom 'pé de meia' em reais ao ir para o exterior." Diante do cenário desfavorável no médio prazo e das vantagens econômicas da expatriação, ainda que sem as regalias de antigamente, Bessa prevê uma "debandada" de executivos do País nos próximos três anos.
Vantagem. Oferecer uma vaga no exterior pode ser, do lado da empresa, uma forma de reter um talento. Para o executivo, pode ser uma forma de fugir do mercado brasileiro, que seguirá "morno" em oportunidades de crescimento profissional. "Os brasileiros são considerados talentos globais, pois o País é a sede da matriz latino-americana de 75% das multinacionais com negócios na região", diz Cunha, da Exec. "Hoje, fica claro nas entrevistas que os executivos estão mais dispostos a se movimentar."