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Oposição uruguaia pede renúncia do ministro da Economia

Por Agencia Estado
Atualização:

As principais forças de oposição do Uruguai - o Encontro Progressista Frente Ampla (EPFA de esquerda) e o Novo Espaço (NE, de centro-esquerda) - pediram hoje a renúncia do ministro de Economia e Finanças, Alberto Bensión. A atitude da oposição foi uma resposta à decisão do presidente Jorge Batlle, que no domingo anunciou a intenção do governo de aplicar um segundo ajuste fiscal neste ano, a ser submetido ao Congresso. As duas forças políticas somaram 45% dos votos nas eleições de 1999. O ajuste fiscal deverá elevar impostos sobre salários e rendas, assim como a extensão do imposto sobre consumo para os transportes e para o comércio de água potável. Em 28 de fevereiro, o governo sancionou o primeiro ajuste do ano, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, que incluiu um forte aumento do Imposto de Renda. Na ocasião, o ministro de Economia garantiu que a arrecadação obtida com o ajuste seria suficiente para todo o ano. O líder do EPFA, Tabaré Vázquez, disse que o partido pedirá a renúncia de Bensión e de toda a equipe econômica. E o Novo Espaço emitiu uma declaração que também exige a renúncia de Bensión "pelo fracasso de sua gestão" e porque, pessoalmente, "é um obstáculo para a concretização do diálogo e a busca de soluções para enfrentar a crise". No meio sindical, a central única PIT-CNT já decidiu realizar manifestações em todo o país, com uma greve geral de 24 ou 48 horas em junho, em data a ser definida. Segundo o dirigente da PIT-CNT, Juan Castillo, a central deverá convidar sindicatos de empresários para participar de manifestações conjuntas contra os aumentos de impostos e a redução de salários. O Uruguai está em seu quarto ano de recessão, com três anos consecutivos de fortes déficits nas contas públicas. Somente nos quatro primeiros meses deste ano a praça financeira uruguaia perdeu reservas de US$ 1 387 bilhão (47% do total).

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