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Oposição veta candidato do governo para presidir BoJ

Por Renato Martins
Atualização:

O Partido Democrático do Japão (PDJ, o maior da oposição) rejeitou a indicação do vice-presidente do Banco Central do Japão (BoJ), Toshiro Muto, para ser o sucessor do atual presidente, Toshihiko Fukui, cujo mandato termina na quarta-feira da semana que vem (dia 19). O PDJ também rejeitou a indicação de Takatoshi Ito, professor de Economia da Universidade de Tóquio, para ser o novo vice-presidente da instituição. O PDJ aceitou, porém, o terceiro nome indicado pelo governo - o do ex-diretor do BoJ Masaaki Furakawa - para ser um dos vice-presidentes. Segundo o secretário-geral do PDJ, Yukio Hatoyama, a oposição ao governo do primeiro-ministro Yasuo Fukuda rejeitou as indicações de Muto e Fukui porque eles são considerados próximos demais do Ministério das Finanças, o que criaria problemas para a independência do BC japonês. "Nós não dissemos ''não'' só porque ele vem do Ministério das Finanças. Ele simplesmente não está preparado para assumir o comando do BoJ, que tem que assegurar o valor e a estabilidade da moeda", disse o líder oposicionista. "Eu realmente não entendo o que está acontecendo", declarou o primeiro-ministro Fukuda a jornalistas. Em 2003, quando Muto foi nomeado vice-presidente do BoJ, Fukuda era o secretário-geral do gabinete de governo do então primeiro-ministro Junichiro Koizumi e participou do processo de seleção. Desde então, Muto vinha sendo considerado o favorito para ser o sucessor de Fukui no comando do BoJ. O governo, porém, pode ter dificuldade em encontrar candidatos alternativos. O nome do ex-vice-presidente do BoJ Yutaka Yamaguchi tem sido citado como opção, mas assessores de Fukuda disseram que seu nome nunca havia sido considerado até agora. Com a aproximação do fim do mandato de Fukui, o governo poderá oferecer ao PDJ concessões em outras áreas, de modo a convencer a oposição a reverter seu veto a Muto. Comenta-se que o governo poderá passar a apoiar as mudanças propostas pela oposição no projeto de reforma tributária, mas os parlamentares do Partido Liberal Democrático (PLD, do governo) já deixaram claro que são contra as mudanças. As informações são da Dow Jones.

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