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Oposicionistas dizem que apoiarão na Câmara MP do redesconto

Durante encontro com líderes, Meirelles fez avaliação da crise e das medidas para amenizar seus efeitos no País

Por Fabio Graner
Atualização:

Os líderes da oposição na Câmara dos Deputados , que se reuniram nesta quarta-feira, 8, com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disseram em entrevista que vão apoiar a Medida Provisória 442, que altera as regras para operação de redesconto pelo BC com os bancos, embora possam fazer acréscimo ao texto da MP. "Nós testemunhamos a disposição da oposição de uma ação conseqüente e em linha para que o Brasil receba o menor impacto dessa crise e possa ter à disposição os mecanismos e instrumentos necessários a uma boa ação do BC e do governo", declarou o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP).   Veja também: A cronologia da crise financeira  Veja como a crise econômica já afetou o Brasil Entenda a crise nos EUA     Além dele, participaram da reunião com Meirelles o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), e o líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC). De acordo com os parlamentares, Meirelles fez durante o encontro uma avaliação da crise e das medidas que estão sendo tomadas para amenizar seus efeitos no Brasil. A oposição, segundo os deputados, demonstrou disposição de ajudar a enfrentar a crise. "Aquilo que for necessário, do ponto de vista do Parlamento, o BC vai ter. Há confiança na ação do BC e há disposição de fazer o melhor pelo nosso País", disse Aníbal, destacando que o BC está operando e passando uma "impressão firme", de quem está agindo na direção certa. Apesar de indicar apoio às ações do governo, Aníbal voltou a chamar a MP 442 de "Proer dissimulado, envergonhhado".   Os três oposicionistas criticaram a postura do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que, na visão deles, tem minimizado os problemas resultantes da crise. "É claro também que esta crise vai ter impacto na economia. O Brasil vai crescer menos no ano que vem. Isto não pode ser dissimulado. Nós temos que trabalhar com essa tese de que o Brasil vai crescer menos", afirmou Fernando Coruja. "Não pode dissimular e achar que está tudo bem, dizer coisas como: vamos consumir. Há certos arroubos da presidência, certo exagero no discurso. O povo brasileiro precisa ter consciência de que é uma crise importante, que vai afetar a vida das pessoas", acrescentou o parlamentar.   O deputado ACM Neto disse que, além da MP 442, os oposicionistas não pretendem atrapalhar a votação da MP 435, que facilita o uso de títulos do Tesouro Nacional pelo Banco Central para tornar mais eficaz a política monetária. "Não há nenhuma dificuldade de examinar essa medida provisória. Ela tem pontos importantes, sobretudo da política monetária do BC. Portanto, ela vai ser examinada com muita atenção, mas não há nenhuma indisposição política no sentido de rejeitar essa medida provisória", afirmou o líder do DEM, destacando ainda que a oposição está com uma postura diferente da que os membros do atual governo tinham quando estavam na oposição.   Os deputados evitaram se posicionar sobre a questão da taxa de juros, à exceção de Fernando Coruja, que defendeu a necessidade de o BC acompanhar o movimento coordenado dos bancos centrais de vários outros países e reduzir os juros. "Eu, particularmente, acho que o BC brasileiro tem que seguir os outros bancos. Tenho dito isto sistematicamente. Brasil precisa entrar na mão da história e diminuir a taxa de juros", disse Coruja.

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