PUBLICIDADE

Publicidade

Orange e T-Mobile unem filiais no Reino Unido

Nova empresa será a maior da Inglaterra em celulares

Por Andrei Netto
Atualização:

As maiores operadoras de telefonia celular da França e da Alemanha anunciaram ontem a fusão de suas subsidiárias britânicas, criando a maior companhia do setor no Reino Unido. A francesa Orange, subsidiária da France Télecom, e a alemã T-Mobile, da Deutsche Telekom, até aqui terceira e quarta maiores companhias do segmento no país, criarão uma joint venture que já nasce líder do setor no país, com 28,4 milhões de clientes e 37% de um dos mais valiosos mercados do mundo.A fusão será assinada até o fim de outubro e precisará ser analisada pelos órgãos de regulação da concorrência no Reino Unido. A associação manterá a paridade 50%-50% para as duas matrizes, France Télecom e Deutsche Telekom, na nova empresa, que reunirá os 15,9 milhões de clientes da Orange UK e os 12,5 milhões da T-Mobile UK. A soma dos usuários das duas redes colocará a futura companhia à frente da O2, que é controlada pela espanhola Telefónica. A O2 detém atualmente 27,7% do mercado britânico de telefonia celular. A atual segunda colocada, a britânica Vodafone, tem uma participação de 24,7%. Com a fusão entre as duas operadoras, o Reino Unido terá o número de concorrentes reduzido a quatro operadores nacionais de telefonia celular, igualando-se, assim, aos demais grandes países europeus. "O Reino Unido era o único grande mercado europeu no qual havia cinco grandes operadoras. A taxa de rentabilidade média do mercado de telefonia móvel britânico é muito baixa", argumentou à rádio parisiense BFM o diretor financeiro da France Télecom, Gervais Pellissier. "Nós só antecipamos a consolidação esperada há muito tempo em um dos mercados europeus mais concorridos."O anúncio da união entre as duas companhias foi feito no início da manhã de ontem, antes da abertura dos mercados financeiros de Londres, Paris e Frankfurt. Para concretizar o negócio, a Deutsche Telekom fará uma injeção de recursos da ordem de 650 milhões, que ingressarão diretamente na conta da Orange, reduzindo suas dívidas. EMERGENTESPara a empresa francesa, a vantagem da associação foi, de acordo com seus executivos, criar uma companhia líder de mercado sem ter de desembolsar novos recursos. Com isso, a empresa pode manter seu foco dos investimentos em mercados emergentes, como o Vietnã, a Argélia e o Egito. Já a T-Mobile se encaminha, com o negócio, para o fim de sua crise. Quarta maior operadora no Reino Unido, a companhia enfrentava a diminuição de clientes e a redução de sua rentabilidade. Só no período acumulado entre janeiro e junho deste ano, a empresa perdeu 1,8 bilhão de seu valor de mercado nas bolsas de valores europeias. A futura marca - a ser criada dentro de 18 meses, período no qual ambas as bandeiras continuarão existindo - nascerá com sinergia de custos de 4 bilhões até 2010, a maior parte relativa ao compartilhamento das redes de dados de segunda geração (2G) e terceira geração ( 3G). Em Paris, a recepção ao negócio foi calorosa na bolsa de valores. Na abertura do pregão, as ações da Orange subiram 2%. Em Frankfurt, o entusiasmo foi menor: 0,4% de valorização para a T-Mobile.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.