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Orçamento argentino é criticado em Wall Street

Por Agencia Estado
Atualização:

A proposta de orçamento que o presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, estará submetendo ao congresso argentino na próxima semana está sendo bastante criticada pelos analistas internacionais. "As projeções macroeconômicas contidas no orçamento parecem demasiadamente otimistas, o que enfraquece a credibilidade inicial da nova política fiscal desse governo", afirmou o economista para Argentina do banco Santander, Juan Arranz. Para Arranz, a proposta de orçamento do governo argentino subestimou o déficit fiscal para este ano, principalmente devido a uma estimativa irrealista de aumento de receitas (cuja taxa de crescimento é prevista no orçamento de 5% sobre o valor das receitas arrecadadas em 2001). O economista trabalha com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) argentino entre 6% e 10% para este ano e não apenas queda de 3%, como está previsto na proposta de orçamento. "Se a economia continuar durante todo o ano de 2002 com o mesmo ritmo de contração da atividade observado no último trimestre de 2001, cuja queda foi de 8% do PIB, então a queda no PIB, na média, em 2002, seria de 5%", afirmou. Para que as receitas fiscais cresçam 5%, como prevê a proposta de orçamento, a inflação neste ano, segundo Arranz, teria de ficar entre 11% e 15%, supondo que o PIB caia entre 6% e 10%. O governo argentino projeta uma inflação de 8% em 2002. A diretora de pesquisa de renda fixa para mercados emergentes do JP Morgan, Joyce Chang, também classifica algumas projeções contidas na proposta do orçamento argentino como otimistas. Segundo ela, o PIB argentino deverá cair 7%. Ela ressaltou que não foi feita nenhuma provisão no orçamento para pagamento de juros da dívida externa atual, "embora cerca de 1,6 bilhão de pesos tenham sido aparentemente alocados para o serviço dos empréstimos da troca da dívida doméstica feita em novembro passado". Leia o especial

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