Como é característico de quase todas as startups (como são chamadas as jovens empresas dessa área), elas se deparam com poucas barreiras quando o assunto é expansão internacional. Colocar um aplicativo disponível na loja da Apple ou do Android, por exemplo, não exige de fato uma operação local. Mas, para se concentrar no crescimento do negócio, é preciso estar dentro do mercado de verdade.
Por isso, ao planejar a ida para outros países, os olhos se voltam para os mercados com maior potencial. O Brasil é um deles.
Tem havido mesmo um interesse crescente por parte das empresas de internet japonesas no Brasil?
Sim.
O que tem atraído essas companhias?
O Brasil é imenso e nós vemos um crescimento promissor aqui, principalmente porque as pessoas estão ficando cada vez mais online e porque o brasileiro é muito ligado a redes sociais. Além disso, a indústria voltada para a internet é deficitária aqui e sabemos que há muito a ser melhorado. Portanto, há espaço para o desenvolvimento de novas atividades. Os gargalos existem - como a logística problemática do País -, mas eles podem representar também uma oportunidade de negócio.
Quais são as dificuldades que essas empresas têm ao chegar ao Brasil?
O primeiro obstáculo é a distância geográfica. É por isso que, até hoje, a atenção estava voltada para o mercado asiático. Entretanto, hoje, em virtude do crescimento econômico do Brasil, as empresas japonesas estão com olhos voltados para cá. Ajuda o fato de termos uma proximidade cultural por conta da grande comunidade nipo-brasileira existente aqui (no Brasil está concentrada a maior população japonesa fora do Japão). Este é um facilitador para a entrada de negócios japoneses no País. Ao chegar aqui, elas se deparam com alguns problemas, como a baixa velocidade na transmissão de dados na internet móvel e a ausência do serviço nas áreas rurais. Mas a tecnologia está avançando aqui e o mercado de internet deve acompanhar esse avanço. Acredito que, de agora em diante, o interesse tende a crescer e os japoneses devem entrar também em outros setores da economia.
Como o sr. vê o usuário de internet brasileiro?
Sabemos que o brasileiro sempre vê com muito bons olhos as novas tecnologias. Brasileiro não tem aversão. Ele aceita as coisas rapidamente. / N.F.