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Otimismo cauteloso do Ipea com a recuperação

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Por Redação
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O ciclo recessivo iniciado no segundo trimestre de 2014 ainda persiste, mas “parece estar chegando ao fim”, segundo a última Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A avaliação coincide com a da maioria dos economistas. O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, vai além e trata a recuperação como fato. Incerta é a velocidade, disse ele: “A projeção oficial é crescimento de 1,6%, mas não ficaria surpreendido se o crescimento for maior”. Para Leonardo Mello de Carvalho, do Ipea, o desempenho da produção industrial e dos investimentos já é positivo. A melhora, inicialmente concentrada nos setores ligados à atividade exportadora, começa a se disseminar, favorecida pelo ajuste dos estoques e por “um ainda modesto processo de substituição de importações”. Entre os indícios mais promissores da tendência, “os preços dos ativos também têm apresentado bom desempenho recente, fato que normalmente antecipa a melhora da atividade econômica”. A evolução da indústria também aparece em pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador de confiança da indústria cresceu entre agosto e setembro, embora ainda predomine um “movimento de diminuição do pessimismo”, disse ao Estado a economista Tabi Thuler, da FGV. De acordo com os dados do Ipea, o setor industrial cresceu entre o primeiro e o segundo trimestres, período em que a área de energia registrou a quarta variação positiva consecutiva, graças à menor utilização das usinas termoelétricas. Ao mesmo tempo, a indústria extrativa mineral interrompeu uma sequência de quatro quedas consecutivas e avançou 0,7%. Já a indústria de transformação “manteve-se estável na margem” e confirma a desaceleração da queda iniciada no terceiro trimestre de 2015. Há retomada da fabricação de produtos alimentícios, metalurgia e outros produtos químicos. A indústria automobilística e a construção civil, além de informática, produtos eletrônicos e ópticos, ainda contêm a expansão. Especial atenção é conferida ao mercado de trabalho, à inflação e ao custo do crédito, fatores que retardam a retomada. Em consequência, mais que o consumo são os indicadores de investimento que reforçam a tendência positiva, segundo o Ipea. Não é uma recuperação ampla e ideal, mas a possível.