O dólar registrou a quarta baixa seguida frente ao real nesta sexta-feira, refletindo a menor aversão ao risco nos mercados globais após a divulgação de dados melhores sobre a economia dos Estados Unidos. A moeda norte-americana encerrou em queda de 0,70 por cento, a 1,831 real, acumulando recuo de 1,3 por cento na semana. "Os sinais de que a economia mundial pode estar melhorando ajudaram a reduzir a aversão a risco. Esse ambiente mais calmo fez o dólar cair", avaliou o operador de câmbio de um importante banco nacional, que pediu para não ser identificado. Investidores assumiram uma postura mais otimista logo pela manhã, com sinais positivos da economia europeia. O bom humor se acentuou depois do relatório que mostrou que as vendas de moradias usadas nos Estados Unidos tiveram em julho o ritmo mais rápido em quase dois anos, com o maior ganho percentual mensal em 10 anos. Ajudando a sustentar o ânimo dos mercados, o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, considerou que a atividade econômica parece estar melhorando. Esse quadro apontando uma recuperação das principais economias mundiais permitiu a redução da demanda por dólares em nível global. No final da tarde, o dólar cedia 0,5 por cento frente a uma cesta com as principais moedas mundiais. Profissionais do mercado têm avaliado que a tendência para o dólar ainda é de queda frente ao real, com a percepção de que a economia brasileira está se saindo bem. "O Brasil tem surpreendido e os investidores estão observando isso", disse o economista-chefe da Corretora Souza Barros, Clodoir Vieira. Isso favorece a manutenção dos ingressos de recursos no país. Nesta semana, o Banco Central informou que o fluxo cambial está positivo em 2,022 bilhões de dólares nos 10 primeiros dias úteis de agosto. (Reportagem de José de Castro)