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Oxford Economics vê política fiscal cada vez pior

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Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

Os resultados das contas públicas divulgados nesta quinta-feira, 31, pelo Tesouro Nacional e Banco Central (BC) reforçam a percepção do economista de Brasil e Portugal da Oxford Economics, Marcos Casarin, de que a tendência da política fiscal brasileira é, cada vez mais, piorar. "Minha avaliação é de deterioração da política fiscal", disse o economista em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.O Tesouro informou nesta manhã que a soma das contas públicas da própria instituição, do BC e da Previdência Nacional (Governo Central) acumulou em setembro um déficit de R$ 10,473 bilhões. O BC, por sua vez, divulgou o resultado primário do setor público consolidado que, além do Governo Central, engloba as contas de Estados, municípios e estatais federais - com exceção de Petrobras e Eletrobras -, com um saldo negativo da ordem de R$ 9,048 bilhões.As projeções da Oxford Economics apontam uma piora da política fiscal em 2013 e um aumento da deterioração das contas públicas em 2014, diante de uma previsão de arrecadação federal menor na esteira de um baixo crescimento econômico. Para este ano, a previsão de Casarin é de expansão de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e, para 2014, de 1,9%.Para o primário consolidado, as previsões são superávit de 1,8% na proporção do PIB neste ano e de 1% em 2014. As contas de Cesarin consideram uma ampliação dos gastos do governo no ano que vem por conta das eleições.Ainda de acordo com ele, o governo terá que se defrontar no próximo ano com um ligeiro incremento da dívida pública em razão do aumento do estoque do endividamento e da elevação da Selic, o que influenciará nas taxas de juro de longo prazo. Perguntado se a combinação entre a necessidade de elevar juros para controlar a inflação e o impacto que uma Selic maior exerce sobre a dívida pública não representa uma armadilha para o governo, o economista negou."Armadilha só existe quando não há uma coordenação das políticas do BC e da Fazenda. Quando o BC está elevando juros, a Fazenda deveria estar trabalhando para cortar gastos", disse o economista. "O BC não pode obedecer a ninguém. O BC é o BC", acrescentou. Segundo ele, um mandato de uma diretoria do BC não pode coincidir com o mandato do presidente da República.

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