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Pacote de tarifas bancárias deve ter pouco efeito prático

Por AE
Atualização:

O novo sistema de tarifas bancárias - criado pelo Banco Central (BC) em dezembro para acabar com abusos nas cobranças por instituições financeiras, aumentar a competição e reduzir preços - entra em vigor na quarta-feira, mas, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), não vai ter o efeito amplo preconizado pelo governo. ?Os bancos conseguiram transformar em mico o pacote padronizado de tarifas do BC, justamente o instrumento criado para facilitar comparações pelo correntista?, diz Marilena Lazzarini, coordenadora-executiva do Idec. ?Eles tornaram o pacote do BC desinteressante definindo para ele preço maior do que o que cobram em pacotes próprios mais completos, que não podem ser comparados.? O padronizado tem os mesmos serviços em todos os bancos. Já os pacotes próprios são diferentes em cada instituição, o que prejudica qualquer comparação. A idéia da mudança era que o pacote padronizado tivesse ampla aceitação e levasse um número grande de consumidores a tomá-los como referência na escolha de um banco. ?Como não valerá a pena optar por ele, nada disso vai acontecer?, afirma Marilena. O certo, para a coordenadora do Idec, seria o pacote do governo ser o mais barato, por incluir apenas serviços básicos e sofrer limitações maiores de uso. Essa lógica, no entanto, só foi constatada em duas de dez instituições pesquisadas pela entidade, segundo Lisa Gunn, gerente de Informações do Idec: na Nossa Caixa, onde o pacote próprio custa menos, mas oferece menos serviços que o padronizado, e no Safra, onde o próprio, com mais serviços, custa mais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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