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Pacote nos EUA anima e Bovespa fecha em alta de quase 6%

O índice Dow Jones de NY fechou em alta de 6,84%. É a maior alta desde 28 de outubro do ano passado

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Por Redação
Atualização:

Um pacote para a compra de títulos que não foram honrados pelos devedores - chamados de ativos 'tóxicos' ou ativos 'podres - nos Estados Unidos animou as bolsas no mundo todo. O desempenho dos mercados foi puxado pela alta das ações de bancos, os grandes beneficiados pelo pacote. Em Nova York, o índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na bolsa de Nova York - fechou em alta de 6,84%. É a maior alta desde 28 de outubro do ano passado. O índice S&P 500 subiu 7,07%, a maior valorização desde 16 de fevereiro deste ano. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou o otimismo e encerrou o dia aos 42.438 pontos, em alta de 5,89%. É a segunda maior alta do ano.

 

 

 

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EUA lançam plano para comprar US$ 500 bi em ativos tóxicos

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O Departamento do Tesouro americano divulgou nesta segunda-feira, 23, um plano que vai oferecer subsídios na forma de empréstimos a juros baixos para investidores privados, a fim de incentivá-los a comprar dos bancos essas hipotecas e outros empréstimos que estão com problemas de pagamento. O governo também vai investir nesse plano e se tornar um sócio na eventual venda desses ativos. O objetivo do Tesouro é fazer com que os bancos consigam trocar estes títulos e, com isso, tenham dinheiro para novamente conceder crédito.

 

O Departamento do Tesouro americano vai investir no programa uma quantia inicial de entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões - cifra já aprovada pelo Congresso - e o setor privado deve contribuir com o resto. O Federal Reserve, o Banco Central americano, também deve fornecer algumas garantias para esses investimentos. De acordo com o Tesouro, o investimento inicial vai fornecer o "poder de compra" de até US$ 500 bilhões em ativos tóxicos, que teriam potencial para ter um valor de US$ 1 trilhão.

 

Como os bancos são os beneficiários do plano, as ações do Citigroup e do Bank of America se destacaram. Ambas as instituições detêm o maior número de ativos problemáticos, alvos do plano. O Bank of America fechou com ganho de 26,01%, o Citigroup, de 19,47% e o JPMorgan, de 24,67%. Entre as seguradoras, a American International Group (AIG) avançou 17,46%. A Amex avançou 18,76%. Também no mercado de câmbio, houve reações. No Brasil, o dólar no mercado à vista encerrou em queda de 0,84%, cotado a R$ 2,2450 - menor valor desde o dia 9 de fevereiro deste ano (de R$ 2,237).

 

Pacote

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O secretário do Tesouro, Timoty Geithner, disse que a criação de parcerias público-privadas para adquirir ativos tóxicos de bancos pode ajudar a evitar uma recessão mais longa e profunda e facilitar a obtenção de capital privado pelos bancos. Mas o governo não poderia assumir sozinho a responsabilidade de fazer com que os mercados de crédito funcionem apropriadamente. "Para o funcionamento desses programas, os investidores têm que estar preparados para assumir algum risco", acrescentou o secretário que  tem sido criticado por seu desempenho diante da crise econômica e por uma série de bônus distribuídos no setor financeiro dos EUA.

 

As ações dos bancos são castigadas desde o final do ano passado, refletindo os elevados prejuízos que tiveram de assumir em seus balanços relativos, em parte, aos chamados ativos tóxicos. Os bancos tiveram juntos prejuízo, em média, de US$ 32,1 bilhões no quarto trimestre, o primeiro prejuízo desde 1990, disse o Federal Deposit Insurance Corp.

 

Mais recentemente, os papéis das instituições financeiras atingiram os menores preços em mais de 12 anos, com os papéis do Citi chegando a US$ 0,97 em 5 de março. Em fevereiro, o secretário do Tesouro frustrou o mercado ao anunciar apenas as linhas gerais de um plano para adquirir os ativos com problemas dos bancos.

 

Nas últimas semanas, entretanto, os investidores voltaram a comprar papéis de bancos depois de as maiores instituições informarem que suas operações foram lucrativas nos dois primeiros meses do ano e da decisão do banco central norte-americano (Federal Reserve) de adquirir títulos da dívida do governo de longo prazo.

 

Matéria atualizada às 17h.

 

 

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