PUBLICIDADE

Publicidade

Pacote para a Espanha terá 'condições muito duras', diz Juncker

Na véspera de um leilão de bônus de dez anos do governo espanhol, presidente do Eurogrupo antevê dificuldades

Por BERLIM
Atualização:

A zona do euro vai impor "condições muito duras" à Espanha em troca de qualquer pacote de socorro potencial, afirmou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. "Nós exigiremos condições muito duras à Espanha, mas não seria certo dizer à Espanha com antecedência, por meio da imprensa, o que esperamos deles", disse Juncker em entrevista ao canal de TV alemão Bayrischer Rundfunk.O país enfrentará amanhã um importante teste da confiança do investidor, com um leilão de bônus de dez anos. O governo espanhol espera aproveitar a queda dos custos dos empréstimos desde que o Banco Central Europeu (BCE) detalhou os planos no início deste mês para compras de bônus de países da zona do euro em dificuldades, como a Espanha, submetidos a condições econômicas restritas.Mas a intervenção do BCE depende de um pedido de ajuda da Espanha por meio do fundo de resgate da região - um passo que o governo espanhol parece relutante em tomar, particularmente se o retorno dos bônus ao investidor (yelds) continuar em níveis sustentáveis.Porém, os investidores acreditam que a piora da recessão e pagamentos de dívida iminentes, incluindo cerca de 30 bilhões (US$ 39,110 bilhões) em outubro, forçarão a Espanha a buscar em breve um resgate completo.Supervisão bancária. Juncker disse ainda que a União Europeia não deve se apressar em estabelecer uma supervisão bancária no âmbito europeu. "É verdade que estamos determinados em implementar uma união bancária, uma supervisão bancária, o mais rapidamente possível, mas é verdade também que devemos usar o tempo necessário para isso", declarou.A proposta é polêmica e reduz o papel da autoridade bancária europeia, que foi criada no rastro da crise financeira global de 2008. O plano enfrenta oposição da Grã-Bretanha, que abriga o centro financeiro de Londres, onde grandes bancos da zona do euro têm grandes interesses.Juncker disse, entretanto, que compartilha o ceticismo de Berlim de que um supervisor fiscal único seja capaz de monitorar todos os bancos da zona do euro. Em vez disso, a Alemanha quer que o BCE centre foco nos bancos "grandes demais para falir", cuja quebra poderia destruir o sistema. / DOW JONES NEWSWIRES

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.