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Padaria para cães multiplica produção em um ano

Por Agencia Estado
Atualização:

A Panetteria di Canni, empresa paulistana que produz petiscos e guloseimas para cachorros, atingiu em um ano de operação a marca de 8 mil produtos fabricados por mês, frente a 100 unidades registradas quando abriu as portas. A procura pelos produtos é crescente a ponto de já chegar a 150 pet shops de todo o País. Os bolos, muffins, cookies, colombas pascais, panetones têm uma formulação que fazer inveja a qualquer adepto à alimentação saudável. Levam os mesmos ingredientes das guloseimas humanas, mas excluem o açúcar, sal, alguns tipos de fermento, a farinha de trigo branca. Os produtos são adoçados com mel, o ovo não é in natura e sim desidratado e pasteurizado, o leite é o desnatado. Não se utiliza o chocolate a base de cacau. Para se fazer o achocolatado usado nas receitas importa-se da Espanha a farinha torrada de alfarroba, planta cultivada na região do Mediterrâneo. Com isso, evita-se problemas digestivos e até cardíacos dos animais. "São produtos que podem ser tranqüilamente consumidos por pessoas", assegurou Ângelo Carotta Neto, dono da Panetteria e de um pet shop localizado em Moema, na zona Sul de São Paulo. Ele acrescenta que uma parcela significativa dos clientes acompanha mesmo os bichinhos na refeição. Trata-se entretanto de um "lanchinho´ meio indigesto para bolsos mais magros, pois um panetone de 100g por exemplo sai por R$ 8,50; um pacote de biscoito de 250g é vendido a R$ 9,00; 100g de granola custa R$ 6,20. Mas isto não é problema para os consumidores da Panetteria di Canni, que fazem parte de um grupo bem específico de donos de animal. "É um cliente mais comprometido com seu pet e que compra sem pestanejar", disse Carotta. Em 90% dos casos é mulher, que chama o cachorro de filho, é ávida por novidades e sente prazer em ver seu animal se deliciar com o petisco, que, admite o empresário, pode viciar. O que ainda ajuda a turbinar o negócio é a simpatia do produto, a segurança de que não faz mal e a proposta de ser alternativa aos produtos já disponíveis, alguns muito salgados e de origem animal. Quando Carotta teve a idéia de explorar este filão no Brasil, em 2001, viajou aos Estados Unidos, onde obteve algumas receitas de produtos. De volta ao País, adaptou a maioria delas, submeteu a um veterinário especialista em dermatologia e usou seus próprios animais como cobaias. Após passarem pelo teste de qualidade dos cachorros, os produtos ganharam embalagens especiais, marca e foram para a pet shop de Carotta, consumindo no total cerca de R$ 100 mil. A empresa foi aberta em julho de 2003, no bairro da Saúde, na capital paulista. O aumento da demanda pelas guloseimas registrado no último ano levou até a Panetteria a transferir a fábrica de endereço para uma área seis vezes maior, também no bairro da Saúde, capaz de produzir 20 mil unidades mensais. A expansão é para suportar o projeto de aumentar para 1.000 o número de pontos-de-venda e o fortalecimento da atuação no Rio de Janeiro. Estão sendo desenvolvidos ainda displays de balcão e de chão para dar maior visibilidade aos produtos. A abertura de uma padaria exclusiva para os quitutes ainda está em estudo, disse Carotta. O grande impulso do negócio ocorreu na Pet South America 2003, Feira Internacional de Produtos e Serviços da Linha Pet e Veterinária, que consagrou os produtos no ano passado. Por causa do evento, a padaria chegou a vender 10 mil panetones no final do ano. Na edição 2004, que ocorre no final de setembro, a empresa pretende apresentar duas novas linhas de petiscos: os muffins salgados, em quatro sabores, e tortas recheadas com geléias diet de kiwi, framboesa, amora, maracujá, goiabada, damasco, nos moldes das tradicionais tortas de morango para humanos. A Panetteria está estudando também a criação do pão de forma para cães. "Temos um mercado de grande potencial e sem concorrentes", afirmou Carotta.

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