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Pagar dividendo no momento não é a prioridade, diz diretor da Vale

Luciano Siani afirmou que empresa está focada na mitigação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho

Por e Vinicius Neder
Atualização:

RIO - O diretor financeiro e de relações com investidores da mineradora Vale, Luciano Siani, voltou a afirmar nesta terça-feira, 24, que a prioridade atual da companhia é atuar na mitigação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério em Brumadinho (MG), e não pagar dividendos. “Essa (pagar dividendos) não é a prioridade. Temos que focar em mitigação e compensação”, afirmou Siani, em discurso no FT Commodities Americas Summit, evento promovido pelo jornal Financial Times, no Rio.

Luciano Siani,diretor-executivo de finanças da mineradora. Foto: Pilar Olivares/Reuters

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Em sua fala, o diretor da Vale respondeu perguntas formuladas por um editor do jornal, que questionou especificamente sobre o pagamento de dividendos. Siani reconheceu que a Vale é importante para muito indivíduos que ganham dividendos e mencionou os fundos de pensão que investem na companhia em busca de retorno para garantir a aposentadoria de milhares de beneficiários, mas destacou a importância de enfrentar os problemas causados pelo desastre ambiente ocorrido em janeiro último.

Reconstrução da confiança

Segundo Siani, a mineradora está fazendo “tudo o que pode” para mitigar e compensar os danos em Brumadinho. O diretor citou avanços de engenharia, no monitoramento do risco e na segurança das barragens, na governança, e na gestão de riscos. O executivo reconheceu que confiança é algo que leva tempo para ser reconstruída e disse que a Vale está elevando os fatores de segurança nas barragens. “Queremos estabelecer um novo pacto com a sociedade brasileira”, afirmou. O diretor da Vale classificou o rompimento da barragem em Brumadinho como um ponto de virada, como foi o vazamento do navio Exxon Valdez em 1989, que levou a mudanças nas práticas da petroleira americana. Questionado especificamente sobre o que a Vale tinha aprendido com o rompimento de uma barragem em Mariana (MG), numa mina da Samarco, da qual a companhia era sócio, Siani respondeu que houve evolução nas práticas de segurança da companhia, mas que, agora, será preciso fazer uma “revolução”, em vez de apenas uma evolução. “Confiança leva tempo para reconstruir”, afirmou Siani.

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