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País abrirá área do pré-sal ao exterior, diz Lobão ao FT

Por Daniela Milanese
Atualização:

As companhias estrangeiras poderão participar dos leilões para as licenças na camada do pré-sal no ano que vem, afirmou hoje o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao jornal britânico Financial Times (FT). O pré-sal é uma camada de reservatórios que se encontram sob uma camada se sal, abaixo do leito marinho. A Petrobras é líder em pesquisa e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. Tupi é considerada uma megarreserva de petróleo, com um volume estimado entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. Na edição de hoje, o FT lembra que o governo brasileiro interrompeu os leilões assim que as descobertas de petróleo foram feitas na região, que rivalizará em importância e tamanho com o Mar do Norte, situado na região nórdica. Desde então, o governo brasileiro vem trabalhando em uma nova legislação para o pré-sal, área onde as chances de encontrar petróleo de alta qualidade são maiores do que em outros campos brasileiros.Conforme o FT, as novas reservas devem transformar o Brasil em um importante exportador de petróleo e diferenciar a Petrobras das outras grandes companhias da região, como a venezuelana PDVSA e a mexicana Pemex.Lobão afirmou que a Petrobras não pode encarar sozinha a grande tarefa de desenvolver as reservas do pré-sal. "Nós certamente faremos leilões no próximo ano", disse o ministro ao FT.O jornal diz ainda que analistas da indústria de petróleo acreditam que debate no Congresso Nacional pode se tornar mais intenso do que o esperado. "Muitos observadores acreditam que o governo não terá pressa em fazer a nova lei, que será controversa e parece improvável de passar pelo Congresso brasileiro no futuro próximo, especialmente porque 2010 é um ano eleitoral", diz o FT.Lobão esteve em Londres na semana passada, quando afirmou que o novo marco regulatório do setor será aprovado neste governo. Ao FT, o ministro disse que é favorável a termos mais restritivos para a entrada de novas empresas no pré-sal, mas afirmou que está consciente dos riscos de tirar as empresas internacionais do negócio, tendo em vista o que ocorre na Venezuela e no México. Segundo o FT, esses dois países correm o risco de perder a posição de exportadores mais importantes do continente, após mais de 50 anos de domínio.O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, recentemente retomou ativos que estavam em poder de empresas estrangeiras, enquanto o México usou a Pemex como banco durante anos, elevando sua dívida e impedindo parcerias com companhias de outros países, apontou o jornal britânico.

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