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País cai para 72º em ranking de competitividade

Brasil fica atrás dos outros três países dos BRICs em lista do Fórum Econômico Mundial; EUA lideram ranking

Por João Caminoto e da Agência Estado
Atualização:

O Brasil caiu do 66º para o 72º lugar no Ranking de Competitividade Global elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, uma das referências mais conceituadas entre os analistas internacionais para avaliar as condições de investimentos de cada país. Foram classificados neste ano 131 países. Veja também:Confira o ranking completo  O Brasil fica muito atrás dos outros três BRICs: China (34º), Índia (48º), e Rússia (58º). Na América Latina, o melhor colocado é o Chile (26º). México (52º) e Colômbia (69º) também superam a classificação brasileira na região. O Fórum Econômico Mundial explicou que quando são levados em consideração apenas os 121 países incluídos no ranking de 2006, a posição brasileira mudou muito pouco, caindo da 66ª para a 68ª. Os Estados Unidos continuam sendo o país "mais competitivo". Suíça, Dinamarca, Suécia, Alemanha, Finlândia, Cingapura, Japão, Reino Unido e Holanda completam o grupo dos dez melhores classificados. Chade (131º) e Burundi (130º) são os piores colocados. Falta de confiança "Apesar do potencial de seu grande mercado doméstico, de sua base industrial diversificada, e dos avanços significativos para melhorar a gestão das contas públicas, o Brasil continua atrás dos mercados mais dinâmicos do mundo", disse Irene Mia, economista sênior para a América Latina do Fórum Econômico Mundial. "Nossos indicadores mostram uma falta generalizada de confiança nas instituições públicas, atribuída à falta de ética e à ineficiência burocrática relacionadas ao Estado." Segundo Mia, "as grandes deficiências do sistema educacional brasileiro" também causam preocupação. "O Brasil somente conseguirá utilizar todo seu potencial competitivo no momento em que enfrentar esses problemas diretamente, disse. O Relatório de Competitividade Global, que inclui o ranking, salientou que o Brasil possui "várias vantagens competitivas", como o amplo tamanho de seu mercado doméstico, sua facilidade em absorver e adaptar tecnologias do exterior e, especialmente, "o grau de sofisticação do setor empresarial e sua capacidade de inovação". Mas, entre os principais problemas do País, destaca-se seu elevado endividamento, que apesar de ter sido reduzido nos últimos anos, continua elevado nos padrões internacionais, contribuindo para uma baixa taxa de poupança nacional e elevadas taxas de juros. Por isso, o País ocupa apenas o 126º lugar na classificação específica para estabilidade macroeconômica. No quesito referente à confiança do público nas instituições públicas, o Brasil também vai muito mal, na 112ª posição. "Isso está relacionado à falta de confiança na classe política", afirma Mia. Além disso, segundo ela, "uma carência de segurança pública no impõe custos significativos para se fazer negócios no País". O ranking é elaborado com base em vários indicadores e nos resultados da Pesquisa de Opinião de Executivos, realizada pelo Fórum Econômico Mundial. Neste ano, foram entrevistados mais de 11 mil executivos nos 131 países avaliados.

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