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País corre risco de ver a volta de moedas paralelas

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Por Redação
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Patacones, Lecops, Cecacors, esses eram os nomes de algumas das 14 moedas paralelas - também chamadas de quase moedas - utilizadas na Argentina durante a sua pior crise, entre 2001 e 2002. Quase nenhuma dessas moedas emitidas pelos falidos governos provinciais para pagar salários de funcionários e fornecedores tinha lastro real. Tudo indicava que, resgatadas e eliminadas em 2003, eram parte de um sombrio passado. Mas, ao longo do último mês, surgiram sinais de seu eventual retorno ao país. Motivos para o ressurgimento das moedas paralelas existem de sobra, afirmam os analistas. Eles recordam que a totalidade das dívidas acumuladas das pelas províncias chega à marca de US$ 30 bilhões. Para 2009, a consultoria Economia & Regiones informa que o déficit das províncias chegará a US$ 6,28 bilhões, o dobro de 2008. Segundo a consultoria Abeceb, com o esfriamento da economia, as províncias enfrentarão 2009 com um crescimento menor dos recursos. A Abeceb considera que, embora as províncias façam esforços para reduzir o gasto (algo difícil em ano eleitoral como 2009), eles não serão suficientes para reduzir o déficit. Dessa forma, avalia, várias províncias poderiam ser tentadas a emitir moedas paralelas. O Instituto Argentino de Análise Fiscal considera que as pseudomoedas "serão sempre uma fonte de financiamento a levar em conta quando não existam outras alternativas viáveis". O primeiro sinal de alerta para o risco da volta das "moedas paralelas" foi emitido há um mês pela província de Córdoba, uma das mais ricas do país, cujo governo admitiu que a volta de uma "quase moeda" não está descartada. "Não dissemos que a gente vá - ou não - emitir bônus", disse o secretário de Governo, Carlos Caserio. Entre 2001 e 2003, 14 das 23 províncias imprimiram moedas. Criticadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), essas "quase moedas" chegaram a 38% do circulante do país.

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