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País é o emergente com maior volume de crédito

Por Jamil Chade e correspondente em Genebra
Atualização:

O Brasil se transformou, em 2010, na economia com a maior presença acumulada de créditos, empréstimos e capital de bancos estrangeiros entre os países emergentes. Dados oficiais divulgados ontem pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) apontam que o País vive um boom de créditos internacionais, situação já mais confortável que o período pré-crise, além de ser o "queridinho" do mercado financeiro internacional. O BIS destaca que a exposição das instituições internacionais bateu recorde e o Brasil é hoje a economia emergente com o maior volume acumulado de créditos de instituições estrangeiras: US$ 403 bilhões. Isso inclui tanto linhas de crédito dado no exterior como pelas agências de bancos estrangeiros no Brasil.A expansão do volume de recursos extras recebidos pela economia foi o segundo maior entre os emergentes em 2010. Só o boom de créditos na China - que de fato já preocupa por conta de uma eventual bolha - foi maior que o do Brasil neste ano.A expansão de créditos para os mercados emergentes ganhou força nos últimos meses diante da relativa queda da volatilidade dos mercados e da volta do apetite ao risco por parte de investidores. As economias emergentes ainda deram um sinal positivo aos mercados por terem sido as primeiras a sair da recessão. Em 2009, créditos e empréstimos internacionais no valor de US$ 51 bilhões deixaram de ser dados por bancos às economias emergentes. Mas, só no primeiro trimestre de 2010, a expansão do fluxo foi de US$ 112 bilhões. Enquanto os países ricos sofreram uma queda acentuada do volume de créditos depois da quebra do Lehman Brothers, a realidade é que a situação do Brasil e de emergentes chegou a surpreender o BIS. Os empréstimos ao País de fato caíram de forma importante nos meses seguintes à eclosão da crise. Mas já em meados de 2009 atingiam uma recuperação importante. Entre abril e junho do ano passado, o País viu entrar créditos adicionais de US$ 8 bilhões. No trimestre seguinte, a expansão chegou a US$ 10 bilhões e foi a maior do mundo. Entre perdas e ganhos, a economia brasileira fechou 2009 com uma expansão de créditos de US$ 8 bilhões. Em 2008, a contração havia sido de US$ 1,8 bilhão.

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