PUBLICIDADE

Publicidade

''País fechará 2009 com o menor déficit do G-20''

Mantega diz que déficit nominal será de 2,1% do PIB

Por Anne Warth e Andrea Vialli
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o Brasil vai encerrar 2009 com o menor déficit nominal entre os países do G-20, grupo que reúne os países em desenvolvimento. A previsão do ministro é de que o resultado nominal, que engloba receitas menos despesas, incluindo os gastos com juros, fique entre 2,1% e 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, a previsão inicial do governo, feita antes da crise mundial, era de que o déficit fosse zerado em 2009 ou 2010. Mas, agora, ele acredita que isso só possa ocorrer daqui a três ou quatro anos. Mantega afirmou que, apesar desse adiamento, o impacto nas contas públicas do programa de medidas anticíclicas lançado pelo governo será pequeno, na comparação com outros países do G-20. Ele citou a China, que pode terminar o ano com déficit nominal de 4,5% do PIB, e a Índia, com estimativas entre 7% e 8%. Já os Estados Unidos, centro da crise financeira internacional e integrante do G-8 (as sete maiores economias do mundo mais a Rússia), gastou mais de US$ 700 bilhões em medidas de estímulo à economia e pode encerrar o ano com déficit nominal de 13,7% do PIB, segundo números apresentados pelo ministro na cerimônia de lançamento da 9.ª edição do anuário Valor 1000, organizado pelo jornal Valor Econômico. Os gastos do Brasil com medidas anticrise, afirmou Mantega, não chegaram a 1% do PIB. Um nível de recursos, segundo ele, "mais modesto, mas não menos eficiente". "O Brasil tem o menor déficit entre países do G-20. Fizemos um ajuste fiscal, mas mantivemos os fundamentos econômicos", disse. "Em 2009, tivemos uma redução do superávit primário (que não inclui gastos com juros), de cerca de 0,8% a 0,9%. Excepcionalmente, baixamos o primário. Mas, felizmente, os juros caíram e, portanto, o custo financeiro do Estado diminuiu também. Uma coisa compensou a outra." Mantega também calculou um crescimento do PIB de até 1,8% no segundo trimestre deste ano. O ministro afirmou que a retomada da economia já está ocorrendo e a crise já está sendo superada. A previsão do ministro é que o País tenha uma expansão do PIB entre 4,5% e 5% em 2010. O ministro voltou a dizer que o Brasil está saindo mais rapidamente da crise por causa dos sólidos fundamentos econômicos. "Estamos retomando a economia sem criar desequilíbrio, sem acumular inflação e sem aumentar a dívida pública e a dívida externa." Segundo Mantega, países de economia mais avançada não fizeram isso e foram mais atingidos pela crise econômica. Em relação à queda da arrecadação, o ministro afirmou que só neste ano foram desembolsados R$ 15 bilhões em desonerações, portanto, "é natural" que a arrecadação caia. "No ano passado, a arrecadação cresceu mais de 20%, porém a economia estava em outro momento", acrescentou Mantega.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.