Publicidade

País não exportará óleo cru da camada pré-sal, diz Lula

Presidente afirma que reservas de petróleo representam novo momento de independência para o País

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 26, que as novas reservas da camada de pré-sal representam para o País um novo momento de independência. Num discurso inflamado no XVIII Congresso Brasileiro de Contabilidade, o presidente assegurou que o Brasil não vai exportar óleo cru retirado da camada do pré-sal, mas produtos com valor agregado. "Queremos produzir com valor agregado. Vamos ter refinarias para produzir gasolina premium para exportar para a Europa e para os Estados Unidos. Não vamos ser exportadores de óleo cru", afirmou o presidente, que foi muito aplaudido.   Veja também: Mapa da exploração de petróleo e gás Entenda as discussões sobre as mudanças na Lei do Petróleo País pode ter o terceiro maior campo de petróleo do mundo A maior jazida de petróleo do País   Lula procurou transmitir uma mensagem de que as descobertas da camada do pré-sal serão usadas para desenvolver a economia brasileira. "Queremos aproveitar esse petróleo para recuperar a indústria naval brasileira", disse. O presidente disse que será preciso produzir sondas para exploração do petróleo, plataformas e 200 navios. Ele citou que uma única sonda de perfuração custa US$ 700 milhões e "o Brasil vai ter que produzir 38 delas".   "Eu não sei quantos barris de petróleo nós temos a sete mil metros de profundidade. Eu só sei que é muito mais do que as reservas atuais que o Brasil tem", disse ainda. Lula adiantou que no próximo dia 2 de setembro vai retirar a primeira quantidade de petróleo do pré-sal, algo como 10 mil a 15 mil barris, no Espírito Santo. Em março de 2009, será a vez de Tupi ser explorada.   Otimista, o presidente afirmou que a camada do pré-sal vai proporcionar algo fantástico para o País: "gerar mais garantias à estabilidade econômica do Brasil". Na sua avaliação, "as pessoas" vão olhar com mais respeito para o País, vão surgir mais empresas, vai haver mais salários e mais emprego. Para os gaúchos, ele prometeu que a Petrobras vai "colocar alguma coisa no lugar" da plataforma P-53, que deixará o Estado.   Economia aquecida   O presidente afirmou ainda que o comércio, a indústria e a agricultura no Brasil estão aquecidos como há muito não se via na economia. Apesar da preocupação do Banco Central com o aquecimento da demanda interna, Lula se mostrou otimista com a economia brasileira.   Ele disse que a produção do País cresce de forma sólida e continuada por 25 trimestres consecutivos. Segundo ele, este crescimento ocorre em um ambiente de inflação baixa e sob controle. O presidente destacou ainda que está se consolidando um novo patamar para a economia brasileira e lembrou que desde 2003 foram criados 9,5 milhões de empregos formais e a classe média aumentou com a redução da pobreza.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.