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País não terá recessão este ano, garante Lula

Por Jamil Chade e ISTAMBUL
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garante que o Brasil não terá recessão em 2009. Mas se recusa a prever o crescimento do País este ano, embora admita que o resultado não será tão positivo como se esperava. Para o presidente, que hoje conclui sua visita à Turquia, o Produto Interno Bruto (PIB) terá expansão em 2009, mesmo com a crise. "Tenho convicção de que o Brasil não entrará em recessão." "Eu sou da tese de que o pior da crise já passou. Acho que depois da queda do Lehman Brothers, ou seja, que desapareceu o crédito, entramos numa situação muito delicada da crise. Alguns setores industriais aproveitaram para fazer os ajustes que tinham de fazer, outros deram férias coletivas para desestocar a quantidade de produtos que tinha estocado, e tudo isso vai ter um reflexo negativo no PIB do primeiro trimestre do ano e no último trimestre (de 2008)", afirmou Lula. "Acho que o crescimento neste ano não vai ser aquilo que a gente previa quando fizemos o Orçamento, mas acho que não vamos entrar em recessão. Vamos ter crescimento menor, mas vamos ter crescimento", disse. "Ao contrário do mundo, que está tendo crescimento negativo, nós vamos ter crescimento positivo." Perguntado sobre qual seria essa taxa de crescimento, Lula apenas respondeu: "Eu não posso adivinhar". Em Brasília, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que é "preciso aguardar os dados" para avaliar a possibilidade de o Brasil entrar em recessão técnica, cenário que aconteceria, segundos alguns conceitos, a partir de dois trimestres consecutivos de contração do PIB. No último trimestre do ano passado, o PIB brasileiro recuou mais de 3%. Ele ainda alertou para a possibilidade de maior desemprego no País. De volta a Brasília, o presidente do Banco Central procurou dar pouca importância à discussão sobre a diminuição da estimativa do governo para o crescimento do PIB em 2009, que passou de 2% para 1%, no relatório de avaliação de receitas e despesas do Ministério do Planejamento, divulgado ontem. "As taxas discutidas são sensivelmente superiores à média das previsões para os outros países", disse Meirelles. Sobre a previsão do Banco Central, que atualmente estima expansão do PIB de 1,2% em 2009, Meirelles explicou que a autoridade monetária só revisa esse cenário a cada três meses, na divulgação do relatório trimestral de inflação. Lula, na Turquia, deixou claro que não vai "desistir" de promover um maior crescimento ainda em 2009. "Não posso esquecer este ano. Estamos no mês de maio. Temos de provocar que os investimentos aconteçam agora, até porque só vamos colher em 2010 se plantar agora. Se deixar para plantar em 2010, nós vamos colher em 2011", disse o presidente.

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