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País perdeu 600 mil empregos, admite Lula

Lula reconhece perdas em dezembro e marca reunião com sindicalistas

Por Kelly Lima e CORUMBÁ
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que em dezembro foram registradas perdas de 600 mil vagas no mercado de trabalho, um número bem mais alto do que a média dessa época do ano. "Geralmente, no final do ano temos em torno de 300 mil desempregados. Vamos fechar as contas ainda, mas deve ficar em torno 600 mil", afirmou o presidente, em entrevista em Corumbá, onde se encontrou com o presidente boliviano Evo Morales. Lula fez a ressalva, porém, que apesar dos números de dezembro o País fechará as contas de 2008 com um saldo positivo de 1,5 milhão novos empregos. E manifestou confiança na retomada do mercado. "Vamos esperar o que vai acontecer no primeiro trimestre. Acreditamos que já, após a posse do presidente Obama, a situação vai melhorar." Lula anunciou que reunirá "todas as centrais sindicais do País" na próxima segunda-feira para discutir o que o governo poderá fazer para evitar mais demissões. "Já pedi ao Ministério do Trabalho um relatório e vou pedir às centrais que apresentem para mim um relato completo de tudo o que está acontecendo sobre o risco de demissões. Só assim vamos ver o que podemos fazer." Ao responder às perguntas sobre a possibilidade de o governo intervir nas negociações na região do ABC, como quer a Força Sindical, o presidente disse que vai se "inteirar melhor" sobre o assunto na reunião de segunda-feira para decidir o que fazer." Lula disse que a crise tem afetado mais o crédito que o emprego. E voltou a afirmar que o dinheiro necessário para os investimentos já está garantido, "inclusive os da Petrobrás". "O momento de crise não pode ser de precipitação nem do governo e nem dos empresários. Estamos confiando no bom senso e na capacidade do governo norte-americano e da União Europeia em tentarem acabar com a crise o mais rápido possível."

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