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País pode crescer 3% por dois ou três anos, diz Stuhlberger

Para o presidente da Verde Asset Management, Brasil passa por um ciclo favorável com cenário externo benigno

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Por Redação
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O Brasil vive um cenário com um ciclo favorável, com quadro externo benigno e juros abaixo do neutro (nível que equilibra a atividade econômica e a inflação), o que traz a possibilidade de o País ter um crescimento do PIB de cerca de 3% por dois ou três anos, disse ontem o presidente da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, em evento realizado pelo banco Credit Suisse.

“Esse nível é ciclicamente possível”, disse. “Temos nossos dilemas de curto prazo, no médio temos os riscos relacionados à eleição e no longo prazo temos problemas que estão longe de serem resolvidos”, afirmou. Segundo ele, a retomada da economia brasileira é cíclica, mas as reformas podem elevar o crescimento potencial.

Para Sthulberger, qualquer candidado que vencer este ano fará reformas em 2019 Foto: Hélvio Romero/Estadão

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Stuhlberger afirmou que o quadro fiscal estrutural do País ainda é ruim, que o teto de gastos será impossível de cumprir a partir de 2020 e que a dinâmica da dívida pública e PIB é desafiadora.

“A necessidade de uma reforma da Previdência é dramática. O País tende a virar disfuncional se essa linha não for arrumada”, afirmou. Esse, segundo ele, será um tema que precisará estar na pauta do próximo presidente, visto que, sem esse caminho, a única solução seria um aumento de impostos, o que não deve ser aprovado visto o elevado nível de tributação do Brasil. “Ano que vem será o ano da verdade”, afirmou.

Segundo Stuhlberger, qualquer candidato que vencer as eleições presidenciais neste ano fará reformas em 2019, seja de forma proativa ou reativa. Para ele, caso o próximo presidente tenha “ideias divergentes”, o PIB rapidamente cairá e ele caminhará rapidamente para um impeachment.

Dívidas. No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o ciclo de desalavancagem (redução da dívida) da economia chegou ao fim. Ele apresentou números que mostram que a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa das empresas recuou até se estabilizar num nível de 2,6 vezes desde março do ano passado.

++ Governo conta com avanço mais lento dos gastos obrigatórios

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Meirelles lembrou que o aumento do endividamento de empresas e famílias durante a recessão atrasou o processo de recuperação econômica. Mas agora, como as empresas mostram maior equilíbrio financeiro, os investimentos dão sinais claros de retomada. De acordo com o ministro, o crescimento econômico se espalhou pelos setores. / EDUARDO LAGUNA, ALTAMIRO SILVA JUNIOR E FERNANDA GUIMARÃES

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