24 de março de 2012 | 03h04
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem que o Brasil precisa crescer agora por meio de investimentos, e não mais via ampliação do crédito ao consumidor. "O ciclo do endividamento familiar é como sanfona: abre, mas a partir de certo momento é preciso parar para poder expandir de novo", comparou.
Coutinho voltou a defender a necessidade de elevar a taxa agregada de poupança do País. Para que a economia brasileira possa crescer com estabilidade, segundo ele. Os investimentos deveriam atingir 24% do Produto Interno Bruto (PIB), Hoje, esse número está abaixo de 20%.
O presidente do BNDES citou que um dos desafios do País é facilitar o investimento estrangeiro, criando mecanismos que minimizem os riscos causados pela variação do real. Segundo ele, uma das medidas adotadas nesse sentido é a redução da tributação nas debêntures de prazo longo vinculadas a projetos de infraestrutura e projetos da indústria.
Coutinho, que participou de evento na Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil, em São Paulo, disse que não há como reduzir, por enquanto, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Mas emendou que isso deverá ser possível em breve. "Eu sou muito otimista com relação a essa possibilidade." Para ele, o País vive hoje um processo de "transição", referindo-se às taxas de juros.
Por ele, os financiamentos mais longos continuarão sendo feito apenas pelo BNDES. Os desembolsos do banco para investimentos em inovação devem crescer 50% este ano, para R$ 4,5 bilhões. "Esperamos que essa cifra cresça substancialmente", disse o presidente do BNDES
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