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País recebe US$ 5,7 bilhões em investimentos estrangeiros

Dinheiro para a produção entrou entre abril e 26 de maio; ingresso de investimento financeiro também cresceu

Por Sergio Gobetti e BRASÍLIA
Atualização:

Em menos de dois meses, o Brasil já absorveu cerca de US$ 9 bilhões do mercado internacional para investimentos produtivos e especulativos, refletindo os bons ventos que voltaram a rondar a economia brasileira e que estão por trás da recente melhoria dos indicadores financeiros, como bolsa de valores e taxa de câmbio. Em abril, os investimentos estrangeiros diretos (IED) somaram US$ 3,4 bilhões, número comparável aos que eram registrados no ano passado, antes do agravamento da crise internacional. Os investimentos em ações trouxeram outros US$ 630 milhões. Em maio, os dados parciais são ainda mais expressivos: US$ 2,5 bilhões entraram no país para IED e nada menos do que US$ 2,3 bilhões foram para a bolsa até o dia 26. Os investimentos de renda fixa também estão crescendo neste mês, rendendo outros US$ 811 milhões de ingressos líquidos. Os bons fundamentos macroeconômicos do país estariam, segundo o governo, por trás desse movimento. "Mais do que a quantidade, a qualidade dos ingressos é positiva, pois são investimentos de longo prazo, que denotam interesse efetivo no País", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Para analistas do mercado, entretanto, o afluxo de capital estrangeiro pode revelar interesses mais imediatistas, que levam os investidores a preferir o Brasil a outros países emergentes. Os exportadores também se preocupam com o crescimento da entrada de recursos do exterior, já que eles tem levado à valorização do real, que torna menos competitivos os produtos brasileiros no mercado externo. O clima de confiança também fez crescer os investimentos brasileiros no exterior, que somaram US$ 2,8 bilhões em abril, depois de sucessivos meses de retiradas líquidas. Nesse caso, entretanto, a saída de dólares afeta negativamente o balanço de pagamentos. No cômputo geral do fluxo de dólares, o Brasil registrou um ingresso líquido de US$ 4,5 bilhões entre abril e maio, invertendo tendência anterior de perda. Somente em maio, na parcial do dia 26, o saldo positivo do chamado fluxo cambial chega a US$ 3,1 bilhões. Das reservas internacionais mantidas pelo BC, o valor líquido em caixa somava US$ 190,5 bilhões no final de abril. O estoque de operações em linhas com compromisso de recompra totalizava US$ 4 bilhões, enquanto o de empréstimos em moeda estrangeira somava US$ 6,7 bilhões. NÚMEROS US$ 4,5 bilhões foi o ingresso líquido de dólares registrado pelo Banco Central, pelo fluxo cambiam, entre abril e maio US$ 3,1 bilhões é o resultado do fluxo cambial até o dia 26 de maio, segundo o BC US$ 190,5 bi eram as reservas internacionais do BC em abril

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