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País registra déficit comercial na semana, afetado pela crise

Exportações desaceleram, puxadas pela retração da demanda mundial, e saldo fica negativo em US$ 318 milhões

Por Rosana de Cássia , Neri Vitor Eich e da Agência Estado
Atualização:

O saldo comercial do País na terceira semana de novembro ficou negativo em US$ 318 milhões, refletindo a desaceleração das vendas externas, decorrente da retração da demanda mundial. As exportações no período atingiram 3,355 bilhões (média diária de US$ 671 milhões), enquanto as importações foram, de US$ 3,673 bilhões (média diária de US$ 734,6 milhões. No ano, o superávit da balança já registra queda de 39,35% na comparação com o mesmo período de 2007, somando US$ 21,713 bilhões.   Veja também: De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise    A redução no saldo comercial reflete o crescimento desproporcional das importações ante as exportações ao longo do ano. Na semana passada, a média diária das vendas externas cresceu apenas 12,7% em relação ao mesmo período de 2007, enquanto a média das importações registrou um crescimento de 21,7%. No acumulado do ano, a média diária das exportações cresceu 26,7%, enquanto a média das importações aumentou 50,1%.   Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a redução da média das exportações registrada na terceira semana de novembro - de 21,2%, na comparação com a média das duas primeiras semanas - ocorreu por causa da retração nas vendas das três categorias de produtos: básicos, manufaturados e semimanufaturados. A média foi de US$ 671,0 milhões na terceira semana e de US$ 852,0 milhões até a Segunda semana.   No caso dos produtos básicos, houve redução de 22,5% nas exportações (de US$ 303,8 milhões para US$ 235,5 milhões), em razão de menores embarques de petróleo, minério de ferro, farelo de soja, café em grão, carnes de frango, bovina e suína e soja em grão.   Em relação aos manufaturados, a redução foi de 22,1% (de US$ 416,9 milhões para US$ 324,7 milhões), o que se deveu a menor volume nas vendas de, principalmente, automóveis de passageiros, autopeças, açúcar refinado, veículos de carga, laminados planos e calçados.   Na terceira categoria de produtos, as exportações caíram 12,6% (de US$ 112,8 milhões para US$ 98,6 milhões), por conta, segundo o MDIC, de semimanufaturados de ferro/aço, ferro fundido, couros e peles, ferro-ligas, óleo de soja em bruto e ligas de alumínio.   Já o aumento registrado nas importações brasileiras - de 0,5%, na comparação da média da terceira semana com a verificada até a segunda semana de novembro - é explicado pelo crescimento, principalmente, dos gastos com equipamentos mecânicos, siderúrgicos, instrumentos de ótica e precisão, aeronaves e peças e alumínio e suas obras.

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