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País se volta para comércio com a Ásia

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Por Redação
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A crise econômica mundial levou a Rússia a olhar de vez para sua parcela asiática do território, até hoje quase ignorada. A Europa deixou de ser em 2010 o principal parceiro comercial dos russos. O lugar passou a ser ocupado agora pela China. "Se nos anos do comunismo russo a relação com a China se dava por Marx e Engels, hoje o binômio mudou para gás e petróleo", ironiza Oksana Antonenko, uma das principais especialistas russas no setor de energia e pesquisadora do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres. Nesta semana, Moscou e Pequim assinaram um contrato estratégico para fornecer gás ao mercado chinês a partir de 2015 em volume que quase se equipara ao que a Europa hoje consome de energia russa. Para abastecer tanto a Ásia como o Ocidente, o Kremlin autorizou a exploração de reservas na Sibéria, consideradas a "joia da coroa" da Rússia. Dados da empresa ferroviária russa também mostram que o comércio mudou de direção nos últimos dois anos, principalmente diante da recessão e da queda do consumo de energia e de matérias-primas na Europa. O fluxo de bens pelos trilhos é, na avaliação do presidente da estatal de transporte, Vladimir Yakunin, o termômetro econômico do país. "Em 2009, vimos uma mudança inédita de nosso fluxo de carga via trens. Os principais destinos das exportações passaram a ser os portos no leste do país." As exportações de aço, carvão, produtos petroquímicos e fertilizantes cresceram 30% para a Ásia e as linhas férreas entraram em congestionamento. Em 2010, portanto, a China superou a Alemanha e se transformou no principal parceiro comercial da Rússia, com 10% do que o país exporta. Já a Coreia do Sul superou o Reino Unido como parceira dos russos.

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