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Segundo IBGE, 3,1 milhões procuram vaga há dois anos

Coordenador da pesquisa do instituto diz que número é recorde e poderia ser ainda maior se muita gente não desistisse de procurar emprego

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

O País alcançou no terceiro trimestre um recorde de 3,19 milhões de pessoas em busca de emprego há pelo menos dois anos, 35 mil a mais nessa situação em relação ao trimestre anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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“Esse número poderia até ser maior. Ele não está tão grande porque muitas pessoas desistiram de procurar. É uma situação grave, porque gera desalento”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Em relação ao patamar pré-crise, no terceiro trimestre de 2014, houve um aumento de 175% no total de pessoas procurando emprego há pelo menos dois anos. Segundo Cimar Azeredo, quanto mais tempo a pessoa está procurando trabalho, mais difícil fica de encontrar.

Em relação ao terceiro trimestre de 2017, aumentou em 12,3% o contingente de desempregados há pelo menos dois anos. Foto: Werther Santana/Estadão

O Brasil tinha 12,5 milhões de pessoas procurando emprego no terceiro trimestre, sendo que mais de 5 milhões buscavam uma vaga há mais de um ano.

A taxa de desemprego no Estado de São Paulo, principal mercado de trabalho do País, recuou de 13,6% no segundo trimestre do ano para 13,1% no terceiro trimestre. No entanto, o Estado ainda tinha 3,323 milhões de desempregados, além de 1,202 milhão de subocupados, pessoas que trabalhavam menos horas do que gostariam.

O desalento – fenômeno que ocorre quando alguém deixa de procurar emprego por acreditar que não conseguiria uma vaga, por exemplo – atingiu 407 mil pessoas na região no terceiro trimestre.

Entre as unidades da Federação, Roraima foi a única com avanço considerado estatisticamente significativo na taxa de desemprego. Em meio à crise de imigração, a taxa de desocupação em Roraima subiu de 11,2% no segundo trimestre de 2018 para o nível recorde 13,5% no terceiro trimestre do ano. “Há grande fluxo de imigrantes chegando a Roraima”, lembrou Azeredo.

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Imigração

A pesquisa só considera informações de quem mora efetivamente no domicílio visitado. Apenas os venezuelanos que possuem residência fixa no Estado podem ser contabilizados, mesmo que estejam em situação irregular no País.

“Foi o único Estado onde a desocupação cresceu, mas a gente não pode afirmar que foi por causa da imigração. Pode ter ajudado para que essa taxa de desocupação tenha se elevado, mas não tem como afirmar”, ponderou Azeredo.

O total de desempregados em Roraima aumentou de 19 mil pessoas no terceiro trimestre de 2017 para 30 mil no terceiro trimestre de 2018, 11 mil pessoas a mais em busca de uma vaga no período de um ano. Em relação ao segundo trimestre de 2018, houve crescimento de cinco mil pessoas na população desempregada.

“É pouco para gente, mas para lá é muita coisa. Roraima tem 359 mil habitantes com 14 anos ou mais de idade, então o número é bastante expressivo”, afirmou o coordenador do IBGE.

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