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País tem apenas cinco tratados comerciais na lista da OMC

No grupo dos Brics, Brasil é o mais atrasado: a China tem 17 acordos em andamento, a Índia tem 16 e a Rússia, 13

Por Jamil Chade e correspondente
Atualização:

GENEBRA - Os números da Organização Mundial do Comércio (OMC) dão a certeza de que o Brasil realmente ficou para trás no que se refere a acordos comerciais internacionais.

Nas notificações da entidade, o País aparece com apenas cinco tratados comerciais, entre eles um mecanismo praticamente superado – o da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), que foi fechado ainda sob o governo militar no País.

No grupo dos Brics,Brasil é o mais atrasado em acordos comerciais Foto: AP

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Outro tratado é datado de 1971, estabelecendo benefícios comerciais entre países em desenvolvimento, e o Sistema Preferencial de Tarifas entre países em desenvolvimento, conhecido como GSTP, de 1989. 

Na lista oficial mantida pela OMC consta apenas o Mercosul e o acordo entre o Mercosul e a Índia como tratados assinados mais recentemente pelo governo brasileiro. 

Nos últimos anos, o Brasil ainda assinou acordos com Israel, Palestina, Egito e com a Associação de Comércio do Sul da África (Sacu). Mas os tratados com Palestina e Egito ainda não estão em vigor. 

Com esses registros, o Brasil é o país do Brics (bloco de países em desenvolvimento) com o menor número de acordos comerciais, ao lado da África do Sul. Todos os demais parceiros do bloco emergente contam com números bem superiores de tratados comerciais.

A comunista China, que por anos evitou entendimentos de livre-comércio com outros países, já soma 17 tratados notificados oficialmente à OMC, além de outros dois prestes a entrar em vigor. O governo da Índia soma 16 tratados, além de outros quatro na fila de uma aprovação. 

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Mesmo a Rússia, país tradicionalmente fechado ao mercado externo, soma 13 acordos, além de estar negociando outros três. 

Asiáticos. Mas é na Ásia que a busca por acordos comerciais mais prosperou nos últimos anos. Segundo um estudo oficial do bloco comercial asiático Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec, na sigla em inglês), os países da região contam atualmente com 144 acordos em vigor com diversos países do mundo. 

Alan Bollard, diretor executivo do bloco, estima que os impactos dos tratados são “reais”. De acordo com ele, cinco anos depois da entrada em vigor de um acordo, o salto de vendas na região é de cerca de US$ 6 bilhões.

“Nossos resultados mostram o impacto profundo dos acordos no comércio, apesar do longo tempo que se leva sempre a negociá-los”, reforçou Gloria Pasadilla, analista da Apec. 

O Vietnã, por exemplo, rompeu com seu tradicional isolamento há 15 anos e, mesmo mantendo um governo comunista, fechou dez tratados comerciais nesse período e negocia outros três. 

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