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País tinha 338 mil empresas sem fins lucrativos em 2005

Por Jacqueline Farid
Atualização:

O IBGE divulgou hoje um levantamento que mostra que em 2005 existiam no Brasil 338 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (Fasfil). O estudo, feito em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) - fundação pública federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República - a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), mostra que, de 2002 a 2005, o número de Fasfil cresceu 22,6%, enquanto entre 1996 e 2002 esse crescimento havia sido de 157%. "Esses resultados sinalizam uma desaceleração no crescimento dessas instituições em todo o País", comentam os técnicos do instituto no documento de divulgação. Entre as Fasfil, 35,2% atuavam na defesa dos direitos e interesses dos cidadãos, 24,8% eram instituições religiosas e 7,2% desenvolviam ações de saúde e educação e pesquisa. O tempo médio de existência dessas instituições era de 12,3 anos e o Sudeste abrigava 42,4% delas. Essas instituições são, em geral, de pequeno porte, e 79,5% (268,9 mil) delas "não possuem sequer um empregado formalizado", segundo o documento de divulgação do IBGE. Ainda segundo o estudo, a distribuição das Fasfil no território nacional tende a acompanhar a distribuição da população. Contudo, na região Norte foram encontradas 4,8% das organizações contra 8% da população. Segmentos Entre 2002 e 2005 foi mantida a tendência de crescimento mais acentuado das organizações de defesa dos direitos e interesses dos cidadãos e, ainda, das ambientais. O grupo de entidades de meio ambiente e proteção animal teve um crescimento de 61%, quase três vezes superior à média nacional (22,6%). "Isso pode estar refletindo a preocupação mundial com este tema", segundo os técnicos. Segundo o documento de divulgação do estudo, embora o crescimento porcentual das entidades do grupo de religião (18,9%) tenha sido menor do que a média nacional (22,6%), em números absolutos elas estão entre as que mais cresceram. No período de 2002 a 2005, foram criadas 13,3 mil entidades que se dedicam a atividades confessionais (religiosas). As instituições que prestam serviços de saúde, educação e pesquisa e de assistência social, com crescimentos mais modestos perderam, gradativamente, peso no conjunto das Fasfil. Em 1996, essas instituições representavam 22,9% do total e, em 2005, a sua participação caiu para 18,9%. Emprego O levantamento revela também que as Fasfil empregavam, em 2005, 1,7 milhão de pessoas em todo o País, com salários médios mensais de R$ 1.094,44. Além disso, mais da metade do pessoal ocupado assalariado das instituições (57,1%, ou quase um milhão de pessoas), estava em instituições do Sudeste e, em especial, em São Paulo, que reunia 553,7 mil desses trabalhadores (32,4%). A distribuição do pessoal ocupado assalariado "refletiu as diferenças na abrangência do atendimento e na complexidade dos serviços prestados", segundo os técnicos do IBGE. O grupo de entidades de educação e pesquisa, que representou apenas 5,9% total das instituições, concentrou 29,8% do total de trabalhadores. Esse fenômeno se repetiu na área de saúde, com 4.464 entidades em todo o País e 415 mil pessoas (24,3% do total desses trabalhadores). Ainda segundo os técnicos do IBGE, "a forte presença de trabalho voluntário e informal pode explicar parcialmente porque 79,5% das instituições (268,9 mil) não possuem sequer um empregado formalizado". Em 2005, cada instituição tinha em média 5,1 trabalhadores. A média de trabalhadores assalariados nas instituições do Sudeste (6,8) é o dobro da média do Nordeste (2,9).

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